Na próxima quinta-feira (21), ocorre a inauguração, em Blumenau-SC, da primeira certificadora de créditos de carbono do Brasil. A Lux Carbon Standard (LuxCS) será a quarta no mundo no segmento de certificação de créditos de carbono.
Os créditos de carbono são ativos financeiros que representam a remoção ou redução de uma tonelada de dióxido de carbono (CO2). Esses também chamados gases de efeito estufa.
Dessa forma, as atividades humanas, como a queima de combustíveis fósseis, a geração de energia bem como o desmatamento, liberam esses gases na atmosfera.
De acordo com a certificadora LuxCS, os créditos de carbono desempenham um papel crucial na conservação de florestas. Como também na luta contra as mudanças climáticas. E, consequentemente, incentiva a redução das emissões e o investimento em práticas sustentáveis.
A instituição tem uma projeção de crescimento de 200% para os próximos seis meses. Além disso, já conta com mais de 100 prospectos antes mesmo do lançamento oficial.
Empresas como o Grupo Vex, a sociedade de advogados Koch, Müller, Figueiredo, Azevedo & Loureiro, a Emaflor Soluções Ambientais e a Masen Engenharia fazem parte do projeto.
O diretor-executivo da LuxCS, Pedro Guilherme Kraus, explica o que corre com serviço da certificadora. Segundo ele, empresas e instituições podem gerar créditos de carbono de forma voluntária. Isso, tanto para venda ou para compensar suas próprias emissões de gases do efeito estufa. E assim promover práticas sustentáveis.
“Sabíamos da escassez do serviço no Brasil. Mas, já temos um grande número de empresas e pessoas interessadas em promover essas práticas”, afirma Kraus.
A Lux Carbon Standard (LuxCS) opera totalmente de forma digital. Não utiliza papel nos processos e negociações, diferentemente das certificadoras internacionais.
De acordo com o diretor executivo, a empresa traz padrões e metodologias que seguem as melhores práticas utilizadas pelo mundo. Dessa forma, serão adaptadas para as condições brasileiras.
Com o serviço disponível aqui no Brasil, os interessados poderão aproveitar de alguns benefícios:
A forma de operação dos créditos de carbono será através da tecnologia blockchain e a colocação dos créditos de carbono em tokens.
Dessa forma, aumenta a segurança e a rastreabilidade de informações, de acordo com a empresa. A LuxCS afirma ainda que esta tecnologia é a mesma escolhida pelo Banco Central do Brasil.
A tecnologia blockchain é um mecanismo de banco de dados avançado que permite o compartilhamento transparente de informações na rede de uma empresa.
Um banco de dados blockchain armazena dados em blocos interligados em uma cadeia. Os dados são cronologicamente consistentes porque não é possível excluir nem modificar a cadeia sem o consenso da rede.
Assim, a LuxCS oferece diversas certificações. Inclui o “Triple C Protocol”, que é um padrão para compensação de carbono. E ainda o rograma “UnCarbonize”, o qual busca promover a descarbonização.
“Cada projeto será submetido a auditorias independentes de terceira parte. Com isso, vai garantir a integridade dos projetos e a eficácia dos créditos certificados”, explica Kraus.
De acordo com a LuxCS, os projetos certificados vão contribuir para a redução das emissões de carbono. Também vão proporcionar benefícios adicionais nas áreas: ambiental, econômica, social e cultural.
Os projetos também podem incluir o apoio e incentivos à biodiversidade local. Assim como, à criação de empregos e oportunidades educacionais nas comunidades.
No mercado voluntário, empresas, indivíduos, instituições financeiras e governos podem adquirir créditos. Isso, para compensar emissões ou apoiar a sustentabilidade.
“Diante das mudanças climáticas, empresas e indivíduos estão buscando maneiras eficazes de mitigar suas emissões de carbono e contribuir para um planeta mais sustentável”,
Quem faz a afirmação é o editor do portal iTrack, Flávio Chagas, em seu artigo “Crédito de Carbono no Brasil: como funciona e como compensar sua pegada de carbono”.
“Nesse cenário, o crédito de carbono se destaca como uma solução promissora, permitindo a compensação das emissões através de projetos ambientais”, afirma.
Ao mesmo tempo que a certificação de crédito de carbono, no Brasil, inicia, o parlamento também está em alerta para sua regulamentação.
Um dos exemplos é o projeto de lei (PL 528/21), do ex-deputado federal do Amazonas, Marcelo Ramos.
“Num país que tem o maior ativo ambiental do planeta, as nossas florestas, não podíamos ficar de fora do mercado de carbono. Pois, em 2019, arrecadou US$ 45 bilhões ao redor do mundo”, disse Ramos.
A proposta já teve aprovação da Comissão da Indústria e Comércio e na Comissão de Meio Ambiente da Câmara. Agora, aguarda votação em plenário.
Assim como o PL 528, de Marcelo Ramos, há também uma proposta de regulamentação do crédito de carbono no Senado.
Parabéns!