Para discutir a logística e as cadeias de suprimento sob a ótica da infraestrutura necessária e dos desafios do comércio exterior brasileiro, especialistas se reuniram na FIERGS durante o 2º Seminário Logística e Cadeias Globais. Os participantes apresentaram a situação da logística no Rio Grande do Sul pensando o presente e o futuro do transporte de cargas no Estado do ponto de vista dos modais aéreo e marítimo, sugerindo alternativas em busca da superação dos principais gargalos.
“É possível e necessário que pensemos a melhoria do nosso quadro logístico como uma condição para o desenvolvimento do Rio Grande do Sul. E, como sabemos, a indústria precisa estar no centro deste debate, afinal, logística diz respeito à competitividade do produto gaúcho no Brasil e no Exterior”, disse Aderbal Lima, diretor do CIERGS e coordenador do Conselho de Comércio Exterior (Concex) da FIERGS, responsável pela organização do evento juntamente com o Conselho de Infraestrutura (Coinfra), e realizado na tarde de segunda-feira,.
O primeiro painel, RS como hub aéreo da Região Sul, reuniu pela Fraport Brasil o gerente de logística no Aeroporto de Porto Alegre, André Ogg, e o gerente de aviação nos aeroportos de Porto Alegre e Fortaleza, administrados pelo grupo alemão, Pedro Navega, que destacou o potencial ainda a ser desenvolvido no aeroporto da capital gaúcha, pois 70% do PIB sul-americano está em países ao redor de 1.900 quilômetros de Porto Alegre. Ogg, por sua vez, lembrou o fato de o aeroporto, atualmente, em função da demanda operar com capacidade de 56 mil toneladas de carga por ano, ainda abaixo do seu potencial, que pode atingir 100 mil toneladas.
Também participaram o gerente nacional de carga para o Brasil e América do Sul na TAP Air Portugal, Marcelo Vitorino; o gerente nacional de vendas do Mercado Livre, Marco Fabrizio, e a sales manager da DSV Logistics, Jaqueline Schünke. Vitorino ressaltou que Porto Alegre pode se tornar uma ótima alternativa aos Aeroportos de Guarulhos e Viracopos (Campinas), os que mais recebem transporte de cargas no país, especialmente por causa da saturação do primeiro. Somente 3,28% da carga aérea de exportação transportada no País passa pelo aeroporto da capital gaúcha.
O segundo painel do dia, Perspectivas, Tendências e Cabotagem no Modal Marítimo reuniu o diretor comercial do Tecon Rio Grande, Rodrigo Velho; o sócio-fundador e CEO da Solve Shipping Intelligence, Leandro Barreto; o diretor comercial do Grupo MSC, Laurent Van der Voo, e o diretor comercial da Log-in, Felipe Gurgel. Velho afirmou que o Porto de Rio Grande tem total condições de se transformar em um grande hub de negócios para o Rio Grande do Sul e passar à condição de segundo porto do Brasil, atrás apenas do de Santos. Já Gurgel chamou a atenção para o fato de a cabotagem ainda ser o mais apropriado para o Brasil em transporte de longa distância, e que, entre outras vantagens, estão a sustentabilidade, segurança de carga e custo mais baixo.
Barreto, por sua vez, ressaltou serem a descarbonização e o transporte verde os grandes desafios atuais, sobretudo quando a Europa discute muito os temas, e quem não conseguir operar desta forma irá perder cada vez mais clientes. Segundo ele, a navegação é responsável por 3% das emissões globais de carbono. Até 2030, o objetivo é reduzir 40% das emissões em relação ao ano de 2008.
Parabéns!