Para ex-presidente do Banco dos Brics, país terá oportunidades em meio às tensões geopolíticas por ter capacidade “única” de elevar a produção agropecuária de maneira sustentável, com velocidade e escala; conversa foi conduzida pelos jornalistas Thaís Herédia e Daniel Rittner e vai ao ar neste sábado (8), às 21h
O Brasil é uma superpotência alimentar e grande exportador de sustentabilidade, que deve fortalecer sua diplomacia econômica para garantir novos mercados para seus produtos agropecuários, avalia Marcos Troyjo, cientista social, diplomata, escritor, economista e ex-presidente do Novo Banco de Desenvolvimento, o banco dos Brics, no CNN Entrevistas deste sábado (8).
Em conversa com os jornalistas Daniel Rittner e Thaís Herédia, Troyjo analisou como a tensão geopolítica pode impulsionar o agro brasileiro. “O Brasil é o único país que tem teto retrátil para produzir com sustentabilidade, com as maiores reservas hídricas do mundo. […] Essa semana os chineses anunciaram retaliações às exportações americanas de soja, milho, frango, carne bovina. O único país que tem a capacidade, em velocidade e escala, de gerar um efeito de substituição somos nós”, disse.
O economista e cientista social também afirma que será preciso ter criatividade para usar os canais diplomáticos tradicionais e o sistema multilateral de comércio para debater aumentos das tarifas norte-americanas sobre produtos brasileiros. “Os EUA são o principal destino dos nossos bens de maior valor agregado”, afirma. “Precisamos estar em constante conversa com nossos compradores, para que o peso relativo da voz deles se faça ouvir nos círculos decisórios de Washington”.
Troyjo também analisou a expansão do Brics, grupo que reúne nações como Brasil, Rússia, China e Índia e tem admitido novos membros. “Você passou a ter o Irã, um dos países mais sancionados do mundo. Passou até a Etiópia, que tem renda per capita um pouco maior que US$ 1.000”, diz. “Aquilo que tinha uma certa coerência, que é o tamanho relativo dessas economias, seu peso territorial e papel regional, foi substituído por alguma outra coisa que não dá ainda para saber bem o que é”.
Serviço:
CNN Entrevistas
Sábados, às 21h (horário de Brasília), na CNN Brasil
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