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“Quando pensamos em Inteligência Artificial, a primeira palavra deveria ser inteligência, e não artificial”, pontua Frederico, reforçando que a essência dessa tecnologia está em como escolhemos utilizá-la.

Caldeira: as alucinações da IA estão com os dias contados, aposta CEO da Indigo Hive

A Inteligência Artificial está avançando em um ritmo surpreendente, desafiando nossa compreensão sobre o que é possível em tão pouco tempo. Para muitos, é uma revolução tecnológica sem precedentes; para outros, um terreno que exige cautela. Frederico Andrade, CEO e cofundador da Indigo Hive, traz reflexões que vão além do “hype”.

A Indigo Hive, player all-in-one que cria soluções de Inteligência Artificial, começou como uma software house em São Paulo, e evoluiu ao longo de quase uma década, sempre com o propósito de explorar tecnologias de ponta. Desde soluções móveis até machine learning tradicional, a Indigo Hive se transformou, posicionando-se na vanguarda da IA.

Médico por formação, com experiência em engenharia aeroespacial, Frederico também se destacou como desenvolvedor de software e designer antes de fundar a Indigo Hive. Ele é o criador da Cogfy, uma plataforma que automatiza processos complexos.

Em dezembro de 2024, o empreendedor foi um dos convidados do AI Day, evento realizado no Instituto Caldeira, que reuniu mentes brilhantes para discutir o futuro da Inteligência Artificial. Sua participação reforçou não apenas sua posição como um dos principais líderes da área, mas também sua preocupação com o impacto humano dessa revolução tecnológica.

Segundo Frederico, o grande salto da IA está relacionado ao avanço dos chamados “modelos de mundo”, que são o quanto a IA consegue representar a realidade de forma fidedigna. “À medida que esses modelos ficam mais complexos, com mais parâmetros e treinamentos robustos, eles se tornam cada vez mais inteligentes”, explica.

Ele acredita que muitas limitações percebidas atualmente — como respostas imprecisas ou alucinações — estão com os dias contados. “Essas barreiras vão desaparecer nos próximos meses, e não anos”, afirma com convicção.

Porém, ele também ressalta que o maior valor da IA não está apenas na automação de processos, mas na inteligência híbrida — a combinação da capacidade humana de raciocínio com comandos modulares da IA. Para Frederico, o segredo está em decompor problemas complexos em etapas menores, permitindo que a IA atue em cada uma delas de forma eficiente. Esse paradigma, segundo ele, resolve muitas frustrações associadas ao uso atual da tecnologia.

No entanto, o CEO não esconde seu ceticismo quanto aos rumos da adoção massiva da IA. Ele critica o uso desenfreado da tecnologia por empresas que buscam apenas atrair investidores. “Estamos vendo um FOMO (fear of missing out) no mercado. Muitas empresas que nunca trabalharam com IA estão simplesmente colocando isso em seus produtos para garantir lucros rápidos”, alerta. Para Frederico, é apenas questão de tempo até que o mercado diferencie os verdadeiros inovadores daqueles que estão apenas surfando na onda do hype.

Essa visão crítica ficou evidente em um episódio emblemático envolvendo um dos projetos de sua empresa. Em uma solução de cobrança, a IA identificou que uma cliente usava expressões religiosas em suas comunicações e, a partir disso, adaptou seu discurso para convencê-la a pagar uma dívida. Embora o resultado tenha sido considerado um sucesso do ponto de vista de negócios, Frederico se mostrou inquieto. “Eu não dormi naquele dia. Pensei ‘se estamos manipulando uma pessoa usando aspectos religiosos, onde isso pode chegar? Para guerra, ganância, desinformação? Isso precisa ser controlado’”

Frederico é um forte defensor da criação de guardrails para a IA — barreiras que garantam que a tecnologia seja usada de forma ética e segura. Ele acredita que as empresas que adotarem esses princípios estarão melhor preparadas para sobreviver no longo prazo.

Elas podem gastar mais dinheiro e talvez lucrar menos a curto prazo, mas vão contribuir para a sustentabilidade da nossa espécie.

Outro ponto de destaque em suas reflexões é a transição nas formas de interação humana com a tecnologia. Para ele, as conversas são a nova fronteira da usabilidade. “Saímos das linhas de comando, passamos para interfaces gráficas intuitivas e agora estamos caminhando para um ponto onde basta falar ou gesticular para obter o que queremos”, explica. Essa evolução abre espaço para experiências mais naturais e acessíveis, mas também exige responsabilidade no desenvolvimento e uso da tecnologia.

Apesar de um certo pessimismo quanto ao potencial destrutivo da IA, Frederico acredita que ainda há tempo para mudar a direção. “A humanidade precisa se focar em AI alignment e AI safety. É uma corrida contra o tempo, mas é possível criar cercas que nos protejam dos piores cenários. As empresas que abraçarem isso estarão construindo um futuro mais sustentável para todos.”

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