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A evolução da Inteligência Artificial (IA) não é um fenômeno do presente mas, sim, uma continuidade de um sonho humano de criar máquinas capazes de pensar. Esse desenvolvimento, porém, tem suas limitações, chama atenção o futurista, professor na Fiap Brasil + Alura e consultor Carlos Piazza.

Caldeira: maior desafio da IA é o uso responsável pelos humanos, alerta Carlos Piazza

Piazza compartilhou a sua vasta experiência e visão sobre como as tecnologias emergentes, especialmente a Inteligência Artificial (IA), irão moldar o nosso futuro, durante o AI Day, evento realizado pelo Instituto Caldeira recentemente.

“Inteligência Artificial é nada sem o seu principal combustível, que são os dados e as empresas, de uma maneira muito geral, não cuidam dos dados, não têm governança de dados. Então, elas passam a ter um bando de dados, não um banco de dados”, alertou.

Para ele, a falta de uma governança eficaz dos dados tem se mostrado um dos maiores obstáculos para o uso efetivo da IA. Sem a organização e o controle adequados das informações, o uso de IA pode se tornar inócuo. Isso ocorre porque, sem dados de qualidade para alimentar os algoritmos, a Inteligência Artificial não consegue atingir seu potencial máximo. Nesse contexto, a regulação das informações e a criação de políticas robustas de dados se tornam essenciais.

O AI Day reuniu especialistas de diferentes áreas para discutir o futuro da Inteligência Artificial e seu impacto na sociedade.

Piazza, que possui uma trajetória que remonta a 1976, quando iniciou seus primeiros estudos de programação em COBOL, abordou ainda temas como o desenvolvimento da IA.

“A quantidade de cálculo que é feito, que chega a 200 petaflop hoje, que são 204 milhões de cálculos por segundo, começa a pensar mais do que todos os cérebros juntos do planeta.” Uma afirmação que expõe a imensa capacidade das máquinas em comparação com a mente humana, levantando questionamentos sobre o futuro da Inteligência Artificial e seu potencial de transformação.

A jornada de Carlos Piazza com a tecnologia é longa e rica. Iniciou sua carreira com uma profunda fascinação pela ideia de que as máquinas poderiam pensar por nós. Ele se lembra com nostalgia dos primeiros anos, em que programava em COBOL e trabalhava com cartões perfurados – uma realidade bem distante da tecnologia que usamos hoje, mas que ainda serviu como base para o desenvolvimento da Inteligência Artificial. No entanto, ele também reconheceu que muitas vezes as pessoas tratam a IA como algo novo, uma invenção recente.

A Inteligência Artificial existe há mais de 50 anos, até mais, em 1950, quando Alan Turing começou a mexer com isso, ele foi o primeiro a perguntar, será que as máquinas pensam, podem pensar? Isso foi em 1950, não me venha dizer que a Inteligência Artificial tá apontada pro futuro, que não tá, ela tá sobre a gente há muito tempo. Piazza também mencionou o fenômeno do “hype” em torno das tecnologias emergentes. Ele alertou que muitos brasileiros, movidos pelo medo de ficar para trás, acabam adotando inovações de forma prematura, sem uma compreensão profunda do que estão implementando.

Segundo ele, esse “FOMO” (Fear of Missing Out) pode levar a decisões apressadas que não são necessariamente benéficas para o desenvolvimento de um ambiente tecnológico estável e sustentável. Em sua visão, a busca frenética por novidades não é o caminho ideal. “Na corrida da IA, em primeiro lugar, eu deveria compreender primeiro o que ela é e o que ela não é.”

O futurista também refletiu sobre as implicações éticas e filosóficas da IA, alertando para o perigo de superestimar seu poder e capacidade. “Eu não tenho medo sobre a Inteligência Artificial, eu tenho medo da não regulação.” Para Piazza, a verdadeira ameaça não está na tecnologia em si, mas na falta de regulação e na maneira como os seres humanos podem usar a IA de forma irresponsável.

A regulação, para ele, é essencial para garantir que as ferramentas tecnológicas sejam usadas para o bem da sociedade, e não para perpetuar desigualdades ou criar mais caos. A tecnologia em si não tem intenções, mas os seres humanos podem, com suas ações, direcioná-la para fins negativos.

Ele também mencionou a importância de não idealizar as capacidades da IA, pois sua evolução tem limites. As preocupações com a IA que ultrapassa a inteligência humana, um conceito que faz parte do debate sobre a superinteligência artificial, são válidas. Entretanto, ele ressalta que as preocupações com a IA não devem ser usadas para justificar um medo irracional. “Eu tenho medo é dos humanos que enxergam na tecnologia uma potencialidade que ela não entregará.”

O conceito de IA regenerativa também foi destacado por Carlos Piazza como uma solução para alguns dos maiores problemas globais que enfrentamos, como as mudanças climáticas e a exaustão dos recursos naturais. “A sociedade 5.0, que é o uso de IA para a gente reconstruir tudo o que a gente perdeu nesse planeta.” A IA, nesse sentido, pode ser uma ferramenta poderosa para ajudar a regenerar o planeta e melhorar a qualidade de vida das pessoas, se for utilizada com sabedoria.

Ao final de sua fala, Piazza citou a famosa imagem de Carl Sagan, que fotografou a Terra a partir de Saturno, mostrando o nosso planeta como um “pálido ponto azul” no vasto universo. Essa imagem, para ele, simboliza a nossa insignificância diante da imensidão do cosmos, mas também a nossa responsabilidade em preservar o que temos.

A reflexão é clara: devemos usar a tecnologia a nosso favor, não como um meio para nos isentar das leis naturais da vida. Como ele mesmo disse, “tudo que nasce, morre.” A IA pode nos ajudar a melhorar muitos aspectos da nossa existência, mas não deve nos iludir com promessas de imortalidade ou transcendência além da nossa natureza humana.

Por fim, Carlos Piazza faz um alerta sobre a regulação da IA, não apenas do ponto de vista técnico, mas principalmente do ponto de vista político e legal. Ele acredita que estamos em um ponto crucial, onde a falta de regulação pode levar a consequências imprevisíveis. A questão não é se a IA será boa ou má, mas como as pessoas irão usá-la, e o que a sociedade, como um todo, fará para garantir que ela beneficie todos de forma justa e equilibrada.

A entrevista completa com o Carlos Piazza está disponível no canal do Youtube do Instituto Caldeira. Clique aqui para assistir.

INSTITUTO CALDEIRA

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