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Centro de Liderança Pública promove edição especial do Fórum de Competitividade & Reconstrução do RS

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Temas como meio ambiente e saneamento foram tratados no evento

O papel da competitividade na recuperação da economia gaúcha pós-enchentes foi um dos temas do evento – Foto: Alexandre Farina / Ascom Sedec

Por Ascom / Sedec

Os mecanismos competitivos de recuperação da economia gaúcha pós-enchentes de abril e maio  foram tema do Fórum de Competitividade & Reconstrução do RS, promovido pelo Centro de Liderança Pública (CLP) durante a manhã de quinta-feira (24/10), em Porto Alegre. O evento reuniu lideranças governamentais, especialistas e empresários para debater ações no âmbito da infraestrutura, saneamento, sustentabilidade, planejamento urbano e inovação, entre outros pilares que compõem a avaliação do Ranking de Competitividade dos Estados e Municípios.

O governador Eduardo Leite destacou que, a partir do Ranking de Competitividade, é possível não só celebrar os avanços, mas também lembrar que estes dados são um instrumento de gestão que ajuda a traçar a rota de partida e de chegada. “Nos últimos anos, colocamos em prática uma agenda profunda de transformação do RS”, disse o governador, ressaltando que tudo o que é necessário para o reequilíbrio fiscal do Estado foi e está sendo feito e que agora é preciso que a União reconheça os esforços do RS, em especial no que tange à questão da suspensão da dívida pública. “O que depende de nós, temos feito, mas precisamos que a União nos olhe com mais atenção”, disse.

Leite, ainda acrescentou, que o Estado segue exigindo esforços para superar problemas antigos. “O nosso passado continua nos desafiando, mas estamos crescendo de forma constante, como mostra o prêmio Excelência em Competitividade, que recebemos este ano do CLP. Do Estado que devia, agora estamos com capacidade de investir e evoluir em pilares como infraestrutura e segurança pública, além de promover avanços na educação, saúde, turismo e cultura”, salientou Leite.

O governador também falou sobre o Plano Rio Grande, que já proporcionou mais de R$2,1 bilhões em investimentos e que, além da resiliência, busca a ativação da economia em áreas estratégicas para que o RS fique protegido em situações como as ocorridas em maio deste ano. “Não tenho dúvidas que o RS sairá mais forte depois de tudo o que aconteceu. Com o volume de investimentos que conseguimos assegurar com o não pagamento da dívida e com a nossa capacidade orçamentária, vamos conseguir o maior volume de investimento público que o RS já teve. Não vamos só reconstruir o Estado, vamos reconstruir de forma melhor. Tenham confiança no Rio Grande do Sul. Eu já tenho e ela será compartilhada com todos nós”, disse.

O secretário de Desenvolvimento Econômico (Sedec), Ernani Polo, apresentou o painel “Investimentos e Competitividade do Rio Grande do Sul”, juntamente com a secretária de Meio ambiente e Infraestrutura, Marjorie Kauffmann, o diretor-geral da CMPC de Guaíba, Antonio Lacerda, e o diretor da Aegea Saneamento e Participações S.A., Fabiano Dallazen. Polo ressaltou que o evento é uma oportunidade de aprofundar o tema da competitividade, destacando que o Ranking do CLP promove uma competição saudável entre os estados, que os incentiva a aprimorar as ações do setor público e formar em parcerias com o privado. “Não se consegue aprimorar somente o público ou só privado, é preciso trabalhar em sintonia, discutir de forma conjunta e, a partir disso, ver a evolução do Estado nos indicadores e pilares do CLP”, disse. Polo salienta que a competitividade melhora o ambiente de negócios. “O governador Eduardo Leite sempre diz que é necessário criar um ambiente para que o empreendedor se sinta confortável para investir e, assim, gerar emprego e renda que promovam o desenvolvimento econômico e social”.

O embaixador do CLP, Eduardo Fernandez, realçou sobre a cooperação entre público e privado, explicando que com cooperação podem construir a melhora da competitividade. “Temos trabalhado através destes fóruns, já realizados em algumas cidades, de que forma podemos melhorar. O RS é 5º lugar no Ranking e com certeza pode melhorar. O setor privado e público juntos vão construir um Estado cada vez melhor e maior”, disse Fernandez.

Ações ambientais que são relacionadas com a competitividade foram apresentadas pela secretária Marjorie, que destacou que sua pasta abrange não só o meio ambiente, mas também a infraestrutura, que é um dos pilares do Ranking. Incentivos fiscais atraentes para energia renováveis e biocombustíveis, planejamento energético estratégico – com estudos que mapeiam os potenciais do RS na área de energia -, planos de transição energética justa, monitoramento do licenciamento ambiental e agricultura sustentável de baixo carbono foram alguns pontos explicados pela secretária.

A respeito das privatizações, a titular da Sema explicou que “quando buscamos iniciativas deste tipo, como no caso da Corsan, foi porque nós, enquanto governo do Estado e secretaria, entendíamos que, para alcançarmos os níveis adequados de saneamento, que são a base para tudo, não conseguiríamos fazer isso somente com o setor público”. Ela também relembrou o lema de sua secretaria: “desenvolver para proteger”, salientando que o desenvolvimento gera condições e recursos para fortalecer a proteção do meio ambiente.  Ambos os secretários também ressaltaram o papel da Assembleia Legislativa do RS como parceira nas propostas de melhoria do Rio Grande do Sul, demonstrando compromisso na busca por um futuro melhor para o Estado.

Escolha pelo RS

O diretor-geral da CMPC unidade Guaíba , Antônio Lacerda, explicou porque a CMPC escolheu o Rio Grande do Sul para receber o investimento de R$ 24 bilhões, um dos maiores da história do RS, feito por uma entidade privada. Além das condições climáticas, que favorecem a plantação de eucalipto, ele citou a receptividade do governo estadual em ouvir e entender o projeto, inclusive estabelecendo o Comitê de Monitoramento do Projeto Natureza CMPC, para acompanhar o empreendimento. A educação da população e a qualidade da mão-de-obra também foram pontos levados em consideração para a instalação da indústria em Barra do Ribeiro. Ao explicar que o eixo de decisão da CMPC está saindo do Chile e vindo para o Rio Grande do Sul, Lacerda complementou: “eu já participei de outros projetos e sei que dá trabalho fazer as coisas bem feitas. Teremos a grande satisfação de comemorar um trabalho bem feito conjunto, que vai trazer prosperidade não somente para a empresa, mas também para o RS, para as pessoas que aqui vivem e para fornecedores locais. Isso tem que andar junto, caso contrário, não teremos feito um bom trabalho”, disse.

O diretor da Aegea Saneamento e Participações S.A., Fabiano Dallazen, diretor da empresa que adquiriu a Corsan, falou sobre a necessidade de olhar o saneamento como parte essencial da infraestrutura, especialmente pelo país ter déficits graves neste setor. Ele citou que quase 100 milhões de brasileiros não têm coleta de esgoto e cerca de 35 milhões não tem água tratada. Para ele, é necessário uma parceria entre poder público e privado para superar os problemas de saneamento, o que, além de melhora na estrutura, tem a capacidade de gerar empregos e dar oportunidades para empresas e fornecedores locais. Ele também citou o projeto que a Aegea está fazendo no Rio de Janeiro, com a despoluição da Baía de Guanabara. “Isso vai ser uma virada de chave. E se podemos fazer isso lá, nós podemos fazer muito mais aqui no RS”, disse.

Participaram do evento o diretor de Operações do Badesul, Kalil Sehbe, a presidente da Junta Comercial do RS, Lauren Momback, o secretário executivo do Conselho de Desburocratização e Empreendedorismo, Diogo Leuck, o líder do governo na Assembleia, deputado estadual Frederico Antunes, além de autoridades políticas e empresários. Na ocasião, governador Eduardo Leite convidou os presentes para o lançamento do Plano de Desenvolvimento Econômico, Inclusivo e Sustentável do RS e apresentação da equipe que irá coordenar a Agência de Investimentos do Estado, que será realizado no dia 30 de outubro.

Ranking de Competitividade dos Estados de 2024

Desenvolvido pelo CLP, o ranking de competitividade avalia as 27 unidades da federação a partir de dez pilares temáticos considerados fundamentais para a promoção da competitividade e melhoria da gestão pública dos estados brasileiros: Infraestrutura, Sustentabilidade Social, Segurança Pública, Educação, Solidez Fiscal, Eficiência da Máquina Pública, Capital Humano, Sustentabilidade Ambiental, Potencial de Mercado e Inovação.

Desempenho do Estado no Ranking

– neste ano, o RS ficou em quinto lugar no ranking geral de competitividade, colocação que foi conquistada em 2023 e repetida em 2024, sendo sua melhor marca desde 2018.

– melhora no desempenho nas seguintes áreas: segurança pública, infraestrutura, capital humano, solidez fiscal e potencial de mercado.

– na área de segurança pública, passou de quinto para terceiro colocado.

– subiu cinco posições em infraestrutura

– subiu duas posições em capital humano, solidez fiscal e potencial de mercado.

O RS recebeu o prêmio Excelência em Competitividade 2024, que premia os estados que se destacam na priorização da competitividade na formação de sua agenda, por meio de políticas de alto impacto que influenciam diretamente nos indicadores que compõem o Ranking. Também foi Destaque em Crescimento, como reconhecimento por ser o estado que mais evolui no ranking nos últimos quatro anos, subindo de posição nos pilares sustentabilidade social, infraestrutura e segurança pública.