A Federação e o Centro das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS/CIERGS) estão sob nova direção. Claudio Bier assumiu oficialmente, na noite desta quinta-feira (18), em cerimônia na sede da FIERGS que reuniu cerca de 1 mil pessoas, a presidência das entidades para a gestão 2024/2027. Ele sucede Gilberto Porcello Petry. “Estamos hoje reunidos não apenas para celebrar esta posse, mas para reafirmar um compromisso com o futuro e com a reconstrução do Rio Grande do Sul. Nosso Estado se recupera da maior enchente de sua história. Este evento nos deixou grandes desafios, mas também nos ofereceu a oportunidade de mostrar nossa resiliência. Não podemos normalizar estiagens e enchentes. O tema mudanças climáticas precisa ser discutido, pensando bem mais além do que na próxima eleição”, disse o novo presidente.
Participaram da solenidade os ministros da Secretaria Extraordinária para Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta (representando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva); do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, e da Agricultura, Carlos Fávaro, o governador do Estado, Eduardo Leite, e o prefeito Sebastião Melo, entre outras autoridades. O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, foi representado pelo diretor Edson Campagnolo.
Claudio Bier pediu maior agilidade dos governos no auxílio ao Rio Grande do Sul atingido pelas enchentes. “Precisamos de apoio rápido e eficaz. Não é favor. É Justiça. Não estamos pedindo esmola e nem privilégios. Queremos o que é nosso, em uma visão integrada de país e de mundo. Não podemos assistir a fuga de empresas, mão de obra e talentos para outros estados. Este é o momento em que nossos governos, que nos representam e que por nós, cidadãos e empresas, são eleitos e financiados, devem priorizar agilidade e resultados”, enfatizou. “Inspirado pelo momento, me permito unir palavras que, juntas, ganham força e novas dimensões: Reconstrução com Propósito”. Até 2027, Claudio Bier também passa a administrar o Serviço Social da Indústria (Sesi-RS), o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai-RS) e o Instituto Euvaldo Lodi do Rio Grande do Sul (IEL-RS).
Presidente que antecedeu Bier, Gilberto Porcello Petry fez um balanço dos seus sete anos de gestão (dois mandatos consecutivos mais um ano de prorrogação por conta da pandemia da Covid-19). “Foram sete anos sem tréguas. Já tinha experimentado o desafio da multiplicação do tempo ao longo dos anos que presido o Sinmetal. Mas a demanda do Sistema FIERGS é descomunal”, disse ele, enfatizando a importância a união do setor industrial nesse momento de reconstrução do Estado.
O ministro Paulo Pimenta também expressou confiança no enorme desafio que há pela frente para reerguer o Rio Grande do Sul. “Precisamos de maturidade para colocar de lado as questões políticas e partidárias neste momento, unir para reconstruir juntos”. Já o ministro Paulo Teixeira destacou a capacidade de superação do gaúcho, que ao longo dos anos ajudou a desenvolver o País inclusive com trabalho em outros estados.
O governador Eduardo Leite chamou a atenção em relação à dívida do RS com a União e a tentativa da sua renegociação. “Se nos derem o que dão a outras regiões do país, como fundo constitucional para financiar empreendedores e indústrias de regiões como o Norte, Nordeste e Centro-Oeste, se nos derem os royalties do petróleo que turbinam as receitas do Sudeste, se nos derem os benefícios fiscais que entregam à Zona Franca em Manaus, não precisam facilitar o pagamento da dívida, pois com esses recursos que outros recebem geraremos riquezas para pagar esta dívida. Mas se não vão nos dar, parem de nos tirar o que é nosso para que possamos investir em nosso Estado”, finalizou.
O prefeito Sebastião Melo ressaltou a resiliência da indústria gaúcha e sua capacidade de transformar o Rio Grande do Sul. O senador gaúcho Ireneu Orth representou o Senado na cerimônia, assim como a deputada federal Maria do Rosário, a Câmara dos Deputados, e o deputado Dr. Thiago Duarte, a Assembleia Legislativa do RS.
Junto com Claudio Bier tomaram posse também as novas diretorias da FIERGS e do CIERGS.
DIRETORIA FIERGS – GESTÃO 2024/2027
Presidente: Claudio Affonso Amoretti Bier
Vice-presidentes: André Bier Gerdau Johannpeter, Arildo Bennech Oliveira, Claudio Teitelbaum, Clovis Tramontina, Maristela Cusin Longhi, Ubiratã Rezler
Diretores: Airton Capoani, Alexandre de Andrade Isoppo, Argileu de Souza Barboza, Betuel Brun Sauer, Carlos Weinschenck de Faria, Carolina Luisa Rossato, Cesar Augusto Carlotto, Claudino João José Simon, Cristiano Basso, Delorges Antônio Horta Duarte, Eduardo Rodrigues de Freitas Machado, Enio Garcia, Ervino Ivo Renner, Flávia Regina Matzenbacher, Gilberto Pedrucci, Giuliano Fornazier, Guilherme Portella dos Santos, Hernane Kaminski Cauduro, Irineu Boff, Iro Schünke, Jairo Luis Valandro, Juarez José Piva, Leo Clóvis Fabris, Leonardo Souza De Zorzi, Luiz Felipe Schiavon, Luis Felipe Walter, Maria Ines Menegotto de Campos, Nerison Antonio Paveglio, Paulo Fernando Rosa Paim, Rafael Gustavo Araujo Ribeiro, Rafael Sacchi, Roberto Rene Machemer, Rodrigo Cesar Koebe Weissheimer, Rogério Klebanowski Milagre, Samir Frazzon Samara, Torquato Ribeiro Pontes Netto e Walter Rudi Christmann
Conselho Fiscal: Roque Noschang, Rodrigo Holler Petry e Airton Zoch Viñas (titulares), Gilberto Luiz Bortoluzzi, Valterez Ferreira da Silva e Carlos Lazzari (suplentes)
Delegados-representantes junto à CNI: Claudio Affonso Amoretti Bier e Gilberto Porcello Petry (titulares), Daniel Raul Randon e José Antonio Fernandes Martins (suplentes)
DIRETORIA CIERGS – GESTÃO 2024/2027
Presidente: Claudio Affonso Amoretti Bier
Vice-presidentes: Alexandre Guerra, Erasmo Carlos Battistella, Gilberto Ribeiro, Julio Ricardo Andrighetto Mottin, Mauro Gilberto Bellini, Ricardo Lins Portella Nunes
Vice-presidentes regionais: Aquiles Dal Molin Junior, Angelo Cesar Fontana, Geraldo José Alexandrini, Irani Tadeu Cioccari, Jairo Alberto Zandoná, Júlio Carlos Cardoso Kirchhof, Luiz Roberto Saalfeld, Otto Trost, Ruben Antonio Bisi, Tibúrcio Aristeu Grings
Diretores: Ademar De Gasperi, Aderbal Fernandes Lima, Alexandre Bittencourt De Carli, Aline Eggers Bagatini, Anderson Pontalti, Bernardo Bregoli Soares, Celso Theisen, Cláudio Guenther, Daniel Martin Ely, Daniela Aesse Kraemer, Diogo Paz Bier, Elio Jorge Coradini Filho, Fernando José Ruschel Justo, Gerenise Viezzer, Gilberto Antônio Piccinini, Guilherme Scozziero Neto, Gustavo Souto Polese, Jerri Rietjens, Joarez José Piccinini, José Luis Korman Tenenbaum, Julio Ricardo Mottin Neto, Leonardo Botelho Zilio, Luciano André Merigo, Marcelo Luís Wallauer, Marcus Coester, Mathias Elter, Paulo Roberto Sachett, Rafael Goellner Garcia, René Ormazabal Moura, Reomar Angelo Slaviero, Ricardo Escoboza, Rodrigo dos Santos Fantinel, Walter Rauen de Souza
Conselho Fiscal: Adair Angelo Niquetti, Carla Carnevali Gomes e Jorge Romeu Ritter (titulares), Vivianne Robinson Martinez, Eduardo Lima Cervelin e Ricardo Dias Michelon (suplentes)
FIERGS – Discurso de posse de Claudio Bier
Estamos hoje reunidos não apenas para celebrar esta posse, mas para reafirmar um compromisso com o futuro e com a reconstrução do Rio Grande do Sul. Nosso Estado se recupera da maior enchente de sua história. Este evento nos deixou grandes desafios, mas também nos ofereceu a oportunidade de mostrar nossa resiliência. Não podemos normalizar estiagens e enchentes. O tema mudanças climáticas precisa ser discutido, pensando bem mais além do que na próxima eleição.
Também por isso, a palavra “reconstrução” tem um significado especial neste momento. Não se trata apenas de reconstruir fisicamente o que foi perdido, mas de trabalharmos juntos para criar um futuro mais forte e mais próspero. Inspirado pelo momento, me permito unir palavras que, juntas, ganham força e novas dimensões: “Reconstrução com Propósito”: Esta expressão representa o compromisso de trabalhar por um futuro que valorize a inovação, competitividade e a liberdade econômica. É mais do que reconstruir estruturas de tijolos, asfalto e concreto; é reconstruir a confiança, a cooperação e a esperança, em um ambiente de liberdade e responsabilidade.
Existem várias maneiras de definir a palavra propósito. Todas, no fundo, apontam para a mesma direção: o porquê de fazer; o que de fato nos motiva; o que nos faz brilhar os olhos. No nosso caso, o propósito é claro: reconstruir nosso Estado é o caminho para um futuro melhor, para todos. Nosso desafio só será vencido com cooperação. Devemos focar nas convergências, sem buscar protagonismo individual. A construção de uma agenda mínima, alinhada com uma visão de futuro e com ampla participação do setor produtivo, é fundamental. Falhar na construção dessa agenda seria uma confissão de incompetência, de cada um e de todos. Só conseguiremos avançar se trabalharmos juntos, com um objetivo comum e uma visão compartilhada. Divergências são necessárias. Elas são os degraus que nos levam à evolução de conceitos.
Mais do que isso: as divergências cumprem a missão fundamental de desafiar as nossas certezas. Mas discordar não é sinônimo de brigar. Ao contrário. Durante a enchente, os gaúchos se uniram como nunca. Vizinho ajudou vizinho, sem perguntar em que candidato votou ou para que time torce. Existem valores e certezas mais importantes do que as disputas circunstanciais pelo poder. Precisamos de apoio rápido e eficaz. Não é favor. É Justiça. Não estamos pedindo esmola e nem privilégios. Queremos o que é nosso, em uma visão integrada de país e de mundo. Não podemos assistir a fuga de empresas, mão de obra e talentos para outros estados. Este é o momento em que nossos governos, que nos representam e que por nós, cidadãos e empresas, são eleitos e financiados, devem priorizar agilidade e resultados. Cada uma das mais de 51 mil fábricas do Rio Grande do Sul têm uma história e uma contribuição para o desenvolvimento das comunidades nas quais estão inseridas. As indústrias não são um fim nelas mesmas.
É importante, sempre, lembrar: da produção primária ao varejo, dos prestadores de serviço aos parques tecnológicos, o processo industrial e seus atores são imprescindíveis, não por serem mais ou menos importantes do que os demais, mas pelo seu papel na evolução das sociedades plurais, desafiadas por processos acelerados de mudanças. Sem indústria, não há desenvolvimento econômico. E sem desenvolvimento da economia, não se promove a evolução da sociedade. Entendo que, neste contexto, a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul tem um papel que ultrapassa as fronteiras desta sede, onde nos encontramos. Para tanto, precisamos acelerar as transformações internas que já estão em andamento e sermos a verdadeira casa da indústria gaúcha. As exigências externas mudam com velocidade cada vez maior e nós devemos evoluir para acompanhá-las.
Precisamos estar à frente dessas mudanças, liderar com inovação, eficiência e transparência, e garantir que nossa estrutura interna seja, cada vez mais, robusta e dinâmica. Apesar de uma eleição acirrada, a FIERGS estará unida. Passada a contagem dos votos, é hora de unirmos forças e trabalharmos juntos. Precisamos conversar com todos, sem divisões. A indústria do Rio Grande do Sul só prosperará se estivermos unidos. A FIERGS é uma entidade política. Serei um presidente que trabalha e conversa com todos, deixando as cores partidárias de lado e pensando no todo e principalmente nas indústrias do nosso estado. O setor industrial tem um papel crucial na reconstrução econômica e social do nosso estado, representamos 25% do PIB do Rio Grande do Sul. Estamos comprometidos em criar oportunidades, qualificar profissionais, fomentar o desenvolvimento e melhorar a qualidade de vida de todos os gaúchos. A reconstrução com propósito não é apenas um lema, mas uma ação contínua e determinada para construir um futuro melhor.
Aproveito este momento para agradecer ao meu antecessor, Gilberto Porcello Petry, e aos diretores e colaboradores da FIERGS/CIERGS. Agradeço a todos os Sindicatos Filiados e empresas associadas ao Sistema FIERGS, expresidentes e às suas equipes, que nos trouxeram até aqui, à minha família, inspiração e esteio dessa caminhada, e à equipe do Simers – Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas no Rio Grande do Sul. Se o momento é de agradecer – e sempre é momento de agradecer – muito obrigado a todos os que têm trabalhado incansavelmente para a recuperação do nosso Estado, especialmente aos milhares de voluntários, que mostraram a força da união de uma sociedade. Agradeço e aplaudo cada entidade e cidadão que têm contribuído para esta causa. Nós, da indústria, somos parte dessa engrenagem.
Precisamos agir, transformar desafios em oportunidades e reconstruir com propósito. O que poderia nos paralisar, nos impulsiona. Confio na nossa capacidade de unir esforços, com determinação e cooperação, para construirmos um Rio Grande do Sul mais forte, mais resiliente e mais próspero. E preparados para as adversidades da vida! A força das águas destruiu e arrastou tudo o que o encontrou na superfície. Mas nossas bases, construídas através de séculos com suor, trabalho, lealdade e visão de futuro, permanecem intactas. Mais do que isso: se tornaram ainda mais fortes e sólidas. Um futuro luminoso nos espera logo ali. Aliás, esse futuro já começou. Investir e acreditar no Rio Grande do Sul não é apenas bondade ou altruísmo. É uma prova de inteligência e rara oportunidade. Acreditem. Muito obrigado e boa noite.
4 PILARES DA GESTÃO
· COMPETITIVIDADE
· INOVAÇÃO
· DESENVOLVIMENTO DE TALENTOS
· RECONSTRUÇÃO DAS INDÚSTRIAS
Discurso do presidente da FIERGS e do CIERGS, Gilberto Porcello Petry, na posse da nova gestão das entidades 2024-2027.
Prezadas autoridades já citadas pelo cerimonial, companheiros industriais, dirigentes de Sindicatos, senhoras e senhores convidados: Aqui estou para o encerramento de um ciclo. Foram sete anos de intenso trabalho. Duas gestões consecutivas, mais 12 meses de prorrogação buscando compensar os efeitos da paralisia econômica durante a Covid-19. Junto com os integrantes das Diretorias da época, começamos a atuar no dia 18 de julho de 2017. Se retrocedermos a data de hoje para aquele momento, vivíamos uma expectativa promissora, baseada na modernização trabalhista adotada ainda no Governo de Michel Temer, e com o início do debate nacional em torno da Reforma Tributária.
A agenda da indústria tinha várias questões importantes para o desenvolvimento do Estado e do País. Eram temas relevantes que exigiam diálogo sistemático com os Poderes Constituídos. E sempre em sintonia e articulação com a Confederação Nacional da Indústria. Como sucessor do industrial Heitor Müller, e na qualidade de candidato único, havia ações sendo articuladas desde o início. Em 2019, pelo modelo de rodízio setorial, coube a mim assumir a presidência do Conselho Deliberativo do Sebrae do Rio Grande do Sul. Durante quatro anos, tive que multiplicar o tempo e a dedicação em função dos novos compromissos assumidos. Em 2020, veio a pandemia. A segunda gestão no Sistema FIERGS teve a marca desse desafio mundial.
A cerimônia de posse foi um símbolo desse período inusitado. Realizada pela internet, estavam presencialmente apenas eu, meus familiares, e os 12 vice-presidentes da FIERGS e do CIERGS, atendendo fielmente às normas sanitárias vigentes no Estado. As Diretorias empossadas participaram pela imagem transmitida num painel de led de 100 metros quadrados, e os pronunciamentos de autoridades foram exibidos em vídeo. Enquanto isto, assistíamos no Brasil a polarização política que permeava a preservação da vida e a necessidade de garantir o funcionamento mínimo da economia. Confesso que não foi fácil. Aliás, enfrentei um dos mais difíceis desafios que já havia passado na minha vida empresarial e pessoal.
E não fiquei imune : também peguei Covid … e naquele contexto era imprevisível saber qual desfecho se teria… felizmente, estou aqui hoje compartilhando a minha história com vocês… O importante, em meio à crise, foi conseguirmos a autorização, pela sensibilidade do governador Eduardo Leite, de as indústrias gaúchas trabalharem até 75% de sua capacidade produtiva mesmo diante do pior momento, caracterizado pela “bandeira preta”, pois eram aplicadas cores conforme a gravidade da situação. A “bandeira preta” obrigava o fechamento total das empresas. Conversei com o governador, expliquei a situação do setor industrial e do abastecimento do mercado consumidor, e num telefonema, lembro bem, às 22h40, ele me informava a decisão de permitir a operação das fábricas em até 75% da capacidade produtiva.
Foi assim que superamos a ameaça do desabastecimento de produtos essenciais no Rio Grande do Sul. Passada essa fase, trabalhamos muito para recompor a agenda de evolução do setor industrial. Inauguramos escolas do Sesi gaúcho, lançamos o programa Indústria pela Educação, anunciando o investimento de 300 milhões de reais em cinco anos, e abrimos uma Escola de Formação de Professores, sendo iniciativa inédita nesse âmbito. Ativamos também os Institutos de Tecnologia e Inovação do nosso Senai. E avançamos na área da educação executiva através do Instituto Euvaldo Lodi. Como a Modernização Trabalhista trouxe uma nova realidade para os Sindicatos, criamos na FIERGS uma área exclusiva de apoio ao desenvolvimento dos Sindicatos Industriais, a Unisind. E realizamos o primeiro Congresso Sindical em 2023.
Cumpre referir o contexto financeiro da Casa. Todas as instituições que compõem o Sistema FIERGS estão hoje com um caixa que historicamente nunca tiveram. Mesmo deflacionando os valores. Isto foi alcançado através de várias medidas internas e de uma nova atitude diante da renegociação anual de contratos de longo prazo. Também retomei a posição da FIERGS na Diretoria da CNI : passamos a ter dois cargos na atual gestão, eu como vice-presidente Executivo, e o delegado representante Gilberto Ribeiro como diretor. Na estrutura da Confederação, são apenas cinco os vice-presidentes que ganham a qualificação de Executivos. Passam a representar as Regiões do País. No caso, eu represento os três Estados da Região Sul. Além disso, a FIERGS tem representantes da Diretoria em todos os Conselhos Permanentes da Confederação, elevando a nossa relevância ao nível nacional.
Cabe enfatizar, igualmente, o trabalho sistemático de prospecção de oportunidades para as nossas indústrias no exterior. Lideramos missões tradicionais, como à Feira de Hannover, e inusitadas, como foi a que realizamos ao Cazaquistão. Nesses sete anos, a FIERGS organizou ou participou diretamente de 25 missões internacionais. Logicamente, não cabe fazer aqui um relatório de tudo o que foi feito. Seria muito longa a lista de ações, iniciativas, e debates em que a Federação e o Centro das Indústrias do Rio Grande do Sul foram protagonistas. Em 2023, no entanto, novos desafios impensáveis surgiram. Vivenciamos as primeiras e contundentes agruras do clima, com uma estiagem seguida de duas enchentes no final daquele ano. Claro que não imaginávamos o que passaríamos no ano seguinte…
Agora em 2024, lançamos a campanha de valorização dos Produtos fabricados no Rio Grande do Sul. Se são consumidos no exterior, por mais de 160 países, também merecem o reconhecimento no mercado brasileiro. Afinal, fabricamos produtos de classe mundial. Essa mobilização teve um grande impacto até na autoestima dos gaúchos. Porém, quando estávamos preparando a segunda etapa dessa iniciativa, houve a mudança radical da realidade que vivíamos. Com a tragédia climática que se abateu sobre o Rio Grande do Sul, tivemos que rapidamente adequar a campanha, sem desistir dela. E atualmente ativamos a mídia nacional para que o País inteiro compre mais produtos gaúchos, o que irá ajudar a reconstrução do nosso Estado. Em paralelo, nos debruçamos sobre as ações mais urgentes num cenário de guerra, onde comunidades devastadas precisavam do nosso auxílio.
O Sesi passou a montar abrigos para os flagelados, atuando também na saúde das pessoas. A Fundação dos Bancos Sociais deu velocidade às doações para os mais necessitados. O Senai se lançou em campo, prestando formação profissional nos abrigos e restaurando equipamentos das empresas. Na reparação de máquinas industriais, estão sendo investidos R$20 milhões, através de convênio firmado, na semana passada, pelo Senai do Rio Grande do Sul com a ABDI, ainda com a parceria do Sebrae estadual. A ABDI investirá nesse programa R$9 milhões e 500 mil reais. Quero agradecer também a todas as Federações de Indústrias do País que, sem exceção, se uniram para nos ajudar. Temos uma corrente de solidariedade como nunca se viu no Brasil. Muito obrigado a todos os companheiros dirigentes dessas entidades. Já numa visão de retomada da economia gaúcha, a FIERGS listou 78 medidas prioritárias para apoiar as empresas. Este documento foi levado às autoridades, em Brasília, e depois foi o tema de reunião em Porto Alegre com os deputados estaduais e a Bancada Federal Gaúcha. Ainda estamos nessa etapa de reconstrução. Como diz a nossa campanha do Produto RS : “juntos, somos fortes”.
Senhoras, Senhores: Foram sete anos sem tréguas. Já tinha experimentado o desafio da multiplicação do tempo ao longo dos anos que presido o Sinmetal. Mas a demanda do Sistema FIERGS é descomunal. Nesse tempo todo, quase sempre tive que adiar a prioridade devida à família e à minha empresa. Tudo em nome da responsabilidade que assumi em 2017 e que se prolongou até a noite de hoje. Preciso agradecer à Suely, minha esposa, às minhas filhas Juliana e Bruna, e ao meu filho Rodrigo, que souberam compreender as minhas habituais ausências. Meus amigos : Na posse da primeira gestão, eu tinha um neto. E agora, tenho quatro netos… O tempo passou. Acho que alguma coisa boa consegui fazer e deixar para o futuro deles. Ou pelo menos este é o pretexto que justifica a dedicação que mantive na presidência da FIERGS e do CIERGS.
Neste momento, também cumpre dizer que os Sindicatos Industriais se dividiram na eleição da Federação este ano. Tanto que a chapa vencedora teve um voto de diferença. Mas ninguém pode me criticar de que nada fiz pela união das duas chapas. Ao contrário, me esforcei muito para a unificação. Mas não houve interesse na composição. Quero cumprimentar os eleitos, e espero que os Sindicatos divididos nos votos, se unam em torno das causas maiores do setor industrial rio-grandense e da liderança do companheiro Claudio Bier. Meu vice-presidente nas duas gestões consecutivas, o companheiro Claudio Bier reúne todas as qualidades para levar adiante essa nova etapa histórica do Sistema FIERGS, que terá como marca a Reconstrução da economia gaúcha. E quando no início falei que estava aqui para o encerramento de um ciclo, isto não significa uma despedida. Como vice-presidente executivo da Confederação Nacional da Indústria, continuarei praticando o associativismo.
E garanto a todos vocês : estarei sempre à disposição da FIERGS ao nível nacional, para o que der e vier. Muito obrigado.
Parabéns!