O workshop “Gestão de Parques Tecnológicos” abriu a tarde do primeiro dia da 34ª Conferência Anprotec, em 2 de dezembro, com foco nos desafios, melhores práticas e estratégias para a administração desses ambientes de inovação. O encontro ofereceu uma visão aprofundada sobre a contribuição dos parques tecnológicos para cidades inteligentes, sustentáveis e inclusivas.
Jorge Luis Nicolas Audy, superintendente de Inovação e Desenvolvimento da PUCRS e do Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (TECNOPUC), destacou os pilares essenciais para a gestão eficaz desses espaços. “É fundamental pensar na localização estratégica, nos parceiros certos, nos recursos e, principalmente, no talento humano. São as pessoas que tornam a inovação possível”, afirmou. Audy também destacou a importância da integração com universidades: “Os parques tecnológicos não existem isoladamente; eles precisam de sinergia com as universidades para prosperar.”
Audy chamou atenção para a colaboração internacional, mencionando iniciativas como a IASP (International Association of Science Parks and Areas of Innovation). “Essas redes globais oferecem ferramentas e conhecimentos indispensáveis para o desenvolvimento contínuo dos parques. Estamos falando de capacitação, mas também de criar um ambiente que inspire inovação.”
Pierre Lucena, presidente do Porto Digital, trouxe uma visão prática ao discutir como os parques podem atuar na revitalização de centros urbanos. “O Porto Digital vai além de um parque tecnológico. Somos um hub de inovação urbana, e nossa missão é conectar empresas, governos, universidades e cidadãos para transformar a economia e a sociedade”, explicou. Ele também enfatizou o impacto da tecnologia no desenvolvimento urbano sustentável: “É nos centros urbanos que os grandes desafios do século XXI serão resolvidos, e os parques têm um papel crucial nesse processo.”
Adriana Faria, presidente da Anprotec e diretora do Parque Tecnológico de Viçosa (TECNO PARQ), abordou como o parque tem transformado a realidade da região. “No TECNO PARQ, integramos universidade e indústria, em especial a do agronegócio, para criar novas oportunidades. Antes da inovação, vem o empreendedorismo. Nosso objetivo é que o conhecimento acadêmico saia dos laboratórios e se torne soluções reais para a sociedade”, disse. Ela detalhou a organização do parque em cinco pilares: startups, negócios, inovação aberta, serviços e impacto social, que juntos formam a base para seu sucesso.
Na segunda parte do workshop, Jeferson Cheriegate, presidente do Parque de Inovação Tecnológica de São José dos Campos (PIT), apresentou os objetivos do parque e sua contribuição para o ecossistema local. “Nosso foco é criar um ambiente onde empresas, universidades e centros de pesquisa possam colaborar de forma eficiente. Isso não apenas fomenta a inovação, mas também promove o desenvolvimento sustentável e acelera a transformação digital da nossa região”, afirmou.
O encerramento foi marcado por uma sessão de “Lições Aprendidas”, com Jorge Audy destacando pontos cruciais para o avanço dos ecossistemas de inovação. “Uma das partes essenciais de aprendizado é a presença. Estar próximo, estar disponível, é um valor inestimável. A outra é a liderança. Um perfil de liderança assertivo e inspirador pode transformar completamente um parque tecnológico”, concluiu.
A 34ª Conferência Anprotec, realizada de 2 a 5 de dezembro no Parque de Inovação Tecnológica de São José dos Campos, reafirma o compromisso da Anprotec e do Sebrae em promover a troca de conhecimentos, fortalecer redes de colaboração e desenvolver estratégias que impactem positivamente os territórios e suas comunidades.