O último dia da 34ª Conferência Anprotec começou com o “Workshop 06: Cidades Inteligentes, políticas públicas promovendo inovação e empreendedorismo”, que explorou o papel estratégico da normatização, da transformação digital e de políticas públicas para a construção de ecossistemas urbanos mais sustentáveis e inovadores.
Moderado por Marcelo Nunes, Vice-presidente do Parque Tecnológico de São José dos Campos e Diretor de Empresas da Anprotec, o workshop abriu com um panorama sobre como a normatização pode provocar municípios a aprimorar seus ecossistemas de inovação para evoluírem em direção ao conceito de cidades inteligentes. Nunes destacou a relevância do painel na construção de estratégias para integrar tecnologia, governança e desenvolvimento sustentável.
“Cidades inteligentes vão além da tecnologia; elas representam um novo modelo de gestão e desenvolvimento, baseado na inovação, na sustentabilidade e no bem-estar social. Nosso objetivo aqui é provocar os municípios a assumirem um papel de liderança nessa transformação, explorando todo o potencial das normatizações e políticas públicas disponíveis”, afirmou Nunes.
O debate teve início com a participação de Antonio Carlos Barros de Oliveira, Diretor de Certificação da ABNT, que apresentou a atuação da organização na normatização de produtos e serviços, incluindo as normas ISO voltadas para cidades inteligentes. Barros destacou os benefícios da certificação, como a medição do desenvolvimento sustentável, a facilitação de trocas de informações e projetos, e o fomento a investimentos estratégicos. Ele também trouxe cases de sucesso nacionais que alcançaram a certificação em normas internacionais, apontando como esses exemplos podem inspirar outros municípios.
“As normas ISO oferecem uma base sólida para que os municípios possam planejar e executar suas estratégias de desenvolvimento de forma estruturada e mensurável. Com essas certificações, cidades conseguem atrair investimentos, orientar melhor os recursos para infraestrutura e promover um crescimento econômico sustentável. Nosso papel é facilitar esse processo, mostrando como a normatização pode transformar a gestão pública e criar ambientes mais inovadores e dinâmicos”, afirmou Barros.
Na sequência, Erika Benevides, Chefe de Divisão de Parcerias do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, abordou o papel da Rede Gov.br como articuladora entre os Estados, municípios e o Governo Federal. Ela ressaltou que a transformação digital é um elemento central para o avanço das cidades inteligentes, promovendo a integração de tecnologias em todos os aspectos da sociedade e melhorando a qualidade de vida dos cidadãos. Erika enfatizou a importância de parcerias com a rede para criar um ecossistema tecnológico robusto, capaz de acelerar o processo de digitalização em âmbito nacional.
“A Rede Gov.br é uma ponte estratégica para integrar esforços e recursos entre diferentes esferas de governo, fortalecendo os ecossistemas locais de inovação. Nosso objetivo é permitir que Estados e municípios acessem ferramentas, informações e projetos que impulsionem a transformação digital de forma inclusiva e sustentável. Convido todos aqui a colaborarem na construção de trilhas que acelerem essa transformação, criando um futuro mais conectado e inteligente para nossas cidades”, destacou Erika, finalizando com um apelo à ação conjunta dos participantes.
O painel contou também com a presença de Vahan Agopyan, Secretário de Estado para Ciência, Tecnologia e Inovação de São Paulo, que trouxe ao debate o Sistema Paulista de Ciência, Tecnologia e Inovação (SPAI). Ele apresentou iniciativas estratégicas, como o apoio à internacionalização de startups, o fortalecimento de inovações locais e a elaboração de políticas públicas voltadas à criação de cidades inteligentes. Agopyan destacou a importância de integrar pesquisa, inovação e governança para transformar os municípios brasileiros em polos de desenvolvimento sustentável e tecnológico.
“A inovação é a base para a construção de cidades inteligentes e precisa ser incentivada de forma contínua e estratégica. Nosso objetivo no estado de São Paulo é apoiar municípios na criação de soluções que promovam sustentabilidade, desenvolvimento econômico e inclusão social. É um trabalho incessante, que exige a colaboração de todos os atores do ecossistema de inovação”, afirmou Agopyan, concluindo com um apelo à mobilização coletiva em prol dessa transformação.
Entre os tópicos discutidos, destacaram-se os desafios enfrentados pelos 5.570 municípios brasileiros para normatizar processos em direção ao modelo de cidades inteligentes, além do uso do Marco Legal das Startups para apoiar a implementação de soluções inovadoras.
A 34ª Conferência Anprotec foi realizada de 2 a 5 de dezembro, no Parque de Inovação Tecnológica de São José dos Campos, em uma parceria entre a Anprotec e o Sebrae. O evento contou com o apoio de patrocinadores como Finep, CNPq (MCTI), Confea, Crea e Mútua. A programação incluiu uma ampla variedade de workshops, painéis e apresentações de cases de sucesso, consolidando-se como um espaço de destaque para discussões sobre inovação e empreendedorismo.