rede-rs-cidade-2024-plataforma-brasil-inovador-rio-grande-sul-ceo-sos-plano-reconstrucao-retomada-economica-doacoes-governo-gabriel-souza-ocergs-cooperativa
saude-inovadora-2024-rede-inovacao-esg-ia-ai-ecossistema-hub-startup-aldo-rosa-ceo-palestrante-cns-simesp-simers-health-meeting-puc-porto-alegre

CONGREGARH 2024 aborda competências, impacto social e talento

CONGREGARH 2024 aborda competências, impacto social e talento

CONGREGARH 2024 aborda competências, impacto social e talento na manhã do último dia

Evento, que teve como tema “Dilemas Humanos, Escolhas que Transformam”, encerrou hoje (27) no Centro de Eventos da PUCRS, em Porto Alegre

O CONGREGARH 2024, promovido pela ABRH-RS, teve seu encerramento nesta sexta-feira (27), com diversas palestras de lideranças na área de gestão e pessoas no Centro de Eventos da PUCRS, em Porto Alegre. A primeira apresentação do dia foi do CEO da Excelsior Alimentos, Luiz Motta, e do CEO da Novus Produtos Eletrônicos, Marcos Dillenburg. O tema abordado no painel foi “Dilemas e Desafios para o Futuro da Gestão de Pessoas na Indústria Gaúcha”. Motta refletiu que resultado e sucesso não são sinônimos. “Sucesso é quando amamos o que fazemos, trazemos resultado e somos respeitados por isso”. O executivo acredita que as pessoas devem ter um propósito e para isso acontecer dentro de uma organização é preciso ter autonomia. “Passamos por uma crise de significado que é a conexão das pessoas com o trabalho. Precisamos de menos rótulos e mais ações. A autonomia tem que fazer parte do processo e a excelência só será excelência se não for às custas da saúde mental das pessoas”, salienta.

Já Dillenburg relacionou alguns pontos que considera importantes e que caracterizam a gestão de pessoas na indústria. “O tema geracional está praticamente em todas as discussões, pois nunca tivemos gerações tão diferentes convivendo no mesmo ambiente de trabalho”, afirma. Ele considera que não existe geração melhor que outra e, sim, que “é preciso harmonizar o convívio, desenvolver o respeito e, com isso, potencializar os resultados”. Dillenburg aproveitou para deixar alguns questionamentos para a plateia. “Temos alguns dilemas, por exemplo, como tornar a indústria atraente? Como influenciar jovens pela carreira em tecnologia? Como alcançar este equilíbrio?”, indaga.

A segunda palestra do dia foi do psicólogo, pesquisador e professor líder da Cátedra Instituto Ayrton Senna, na Universidade de Gante, na Bélgica, Filip de Fruyt, que falou sobre “Interesses e Habilidades como Ingredientes Fundamentais no Gerenciamento de Talentos”. Para o professor belga, a gestão de talentos é um desafio não apenas no Brasil, mas em todo o mundo. “O mercado de trabalho mundial está sempre em mudança. Temos que considerar o percentual de pessoas inativas e a taxa de desemprego para irmos atrás de talentos”, explica. Fruyt apresentou dados referentes à Bélgica e ao Brasil, segundo pesquisa da Baert, realizada em maio de 2023 e do IBGE em dezembro de 2023 em que no país europeu a taxa de emprego é de 75%, de desemprego entre 25 e 64 anos de 3,7% e 20% de inativos. Já no Brasil os índices são de 56% empregados, 7,9% desempregados e 36% inativos.

O professor ressalta que para encontrar pessoas para ingressar nas empresas é necessário ir nesse percentual menor que, no caso da Bélgica (3,7%), gera certa dificuldade.  “É difícil encontrarmos talentos dentro destes 3%. Devido a esta questão, a retenção de colaboradores nas empresas é fundamental, mas um ponto crítico. Temos que ter talentos, mantê-los e desenvolvê-los na organização. Infelizmente não vemos esta visão dentro das empresas e isso é crítico”, enfatiza. Para Fruyt, há duas questões críticas e que estão diretamente ligadas aos interesses vocacionais. O que as pessoas vão fazer e onde colocar o seu tempo e como isso será feito. “Aptidões como liderança, organização, competição e política e poder são importantes, assim como ter e desenvolver habilidades de conexão, confiança, harmonia nas relações, respeito e regulação emocional. O recrutamento precisa ser feito e pensado para longo prazo e não ser imediatista”, finaliza.

Na sequência, o engenheiro e criador da Moradigna, Matheus Cardoso, abordou o tema “Como Promover Impacto Social com Ações para o Desenvolvimento Humano?”. A Moradigna consiste em reformar casas de famílias que vivem em situação vulnerável. Cardoso salienta que “estamos falando de pequenas intervenções que fazem grande diferença na vida das pessoas. Existem 40 milhões de pessoas no Brasil que residem em casas insalubres, com mofo, sem orientação solar adequada. A Moradigna é um negócio social, mas não é uma ONG, pois nós vendemos a reforma”, explica. Ele ressalta que “é importante para as empresas ter a parte social atrelada ao seu “core business”, com contratações com índices ESG e, além disso, que tenha um guardião desta temátoca nas ações da empresa”, resume.

Logo após, o jornalista Marcelo Cosme falou sobre “Talvez Você Seja…Desconstruindo a LGBT fobia que Você Nem Sabe que Tem”. Cosme relatou um pouco da sua história, especialmente quando resolveu assumir a sua homosexualidade. “Somos de gerações que aprendemos muitas coisas erradas. Eu não tive um agressor, mas tive um opressor, que foi meu pai, que não aceitava esta condição”, contou. Porém, o jornalista compartilhou com o público um momento especial em sua vida, que foi quando seu pai resolveu aceitar ele e seu marido. “Hoje em dia meu pai tem meu marido quase como um filho e temos uma convivência sadia”, relata. Cosme também afirmou ser muito importante que as pessoas sejam verdadeiras dentro das organizações. “É fundamental poder ser quem você realmente é dentro da empresa”, finaliza.

A última palestra da manhã foi da executiva, empreendedora e educadora, Paula Harraca, que trouxe para o evento o tema “Cultura do Exemplo: Liderando Transformações”. Ela foi a primeira mulher a chegar à diretoria do negócio de Aços Longos na América Latina, em um dos maiores conglomerados siderúrgicos do mundo, quando se tornou diretora de Pessoas e Inovação da ArcelorMittal. No cargo, liderou a criação do premiado Açolab, o primeiro hub de inovação aberta da indústria mundial de aço. Em 2020, foi reconhecida como uma das RHs mais admiradas do Brasil. Harraca falou sobre os 7Cs que considera importantes em uma gestão: causa, cultura, colaborador, cliente, capital, comunidade e competitividade estratégica. “Uma empresa consciente não quer ser a melhor empresa do Brasil e, sim, a melhor empresa para o Brasil. Precisamos ser, muito mais do que ter”, destaca.

Sobre a ABRH-RS

Referência nacional entre as seccionais da ABRH Nacional, a Associação Brasileira de Recursos Humanos – RS acumula mais de 50 anos de atividades no Rio Grande do Sul. Com mais de mil associados entre pessoas jurídicas e físicas, a entidade atua com foco na capacitação e qualificação profissional de profissionais das áreas de gestão e pessoas. Abrange todas as questões que integram a gestão e o desenvolvimento de pessoas a partir da disseminação do conhecimento.