Empresários assinam contratação de crédito do BNDES Emergencial para o RS
As linhas de crédito com juros baixos e carência de até dois anos têm valor total de R$ 15 bilhões para empresas em áreas atingidas pelas enchentes
Empresários gaúchos de diferentes setores, como farmacêutico, de bebidas, informática e agronegócio, assinaram nesta quinta-feira, 11 de julho, acordos de crédito via Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal a partir da linha BNDES Emergencial, estruturada em parceria com o Governo Federal e que começou a operar na quarta-feira, 10 de julho. As assinaturas foram feitas ao lado do ministro para Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta.
Temos 800 impressoras, mais ou menos R$ 4 milhões em impressoras, sem condições de uso. Estamos buscando ajuda com os fabricantes para ver o que ainda pode ser feito. Temos 45 colaboradores diretos e técnicos. Muitas famílias dependem da empresa, e vamos sair dessa, com certeza”
Jaime Abudi, representante de grandes marcas de impressoras, que assinou a linha de crédito
“Em 35 anos de empresa, eu nunca tinha visto algo igual. A água subiu a 1,40m de altura nas nossas instalações”, disse Jaime Abudi, que atua como representante de grandes marcas do setor de impressora. De acordo com ele, centenas de equipamentos enferrujaram da noite para o dia com as enchentes.
“Temos 800 impressoras, mais ou menos R$ 4 milhões em impressoras, sem condições de uso. Estamos buscando ajuda com os fabricantes para ver o que ainda pode ser feito. Temos 45 colaboradores diretos e técnicos. Muitas famílias dependem da empresa, e vamos sair dessa, com certeza”, contou.
Somente no primeiro dia de oferta da linha de crédito, foram realizados 781 contratos, totalizando R$ 1,5 bilhão. O valor total separado para o Rio Grande do Sul é de R$ 15 bilhões. O produto é voltado para negócios em áreas efetivamente atingidas pelos eventos climáticos extremos.
Sócia da Uniagro, Isabel Pretto de Marchi também participou da assinatura. A empresa dela atua no ramo de importação e compra de produtos alimentícios para embalar e vender. Trabalha com azeite, azeitonas, frutas secas e molho de tomate.
“Até conseguimos tirar três carretas de mercadoria da sede antes da enchente maior, mas a água atingiu equipamentos, componentes eletrônicos e máquinas de envase. “Fomos adquirindo componentes e nos antecipando para a volta ao trabalho. Estamos retomando as operações, mesmo que elas ainda não estejam 100%”, ressaltou.
O ministro Paulo Pimenta reforçou, durante o encontro, que o foco do Governo Federal é criar condições para a recuperação de empresas e a manutenção de empregos e salários. Esse conjunto de conceitos, aliás, é o que pauta a linha do BNDES Emergencial. A linha Máquinas e Equipamentos tem taxa de juros de até 0,6% ao mês, prazo de pagamento de até cinco anos (com até um ano de carência) e valor máximo de crédito por cliente de até R$ 300 milhões.
Na linha Investimento e Reconstrução, a taxa de juros é de até 0,6% ao mês, com prazo de pagamento até 10 anos (com até dois anos de carência) e valor máximo de crédito de R$ 300 milhões. E, na linha Capital de Giro, a taxa é de até 0,9% ao mês, o prazo de pagamento de até 5 anos (com até 1 ano de carência) e o valor máximo de crédito de até R$ 400 milhões.
As instituições financeiras parceiras do BNDES podem fazer as contratações com pessoas jurídicas de direito privado de todos os portes (inclusive cooperativas), produtores rurais, transportadores autônomos de carga e empresários individuais do Rio Grande do Sul. “Estamos na luta”, resumiu Rafael Rodriguez, sócio-fundador da cervejaria Alcapone, outro empresário que optou pela linha de crédito nesta quinta.
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