eletrico-inovador-gwm-ora-haval-rede-brasil-inovacao-midia-kit-publicidade-propaganda-marketing-agencia-assessoria-imprensa-leads-vendas-lancamento-4
eletrico-inovador-gwm-ora-haval-rede-brasil-inovacao-midia-kit-publicidade-propaganda-marketing-agencia-assessoria-imprensa-leads-vendas-lancamento-4
Rodrigo Sousa Costa - Foto Sérgio Gonzalez

FEDERASUL: O “contraditório” modelo de crescimento econômico do governo Lula

Ele oscila entre a leniência da política fiscal e a rigidez da política monetária mostrou o coordenador da divisão de economia da FEDERASUL, Fernando Marchet, na coletiva de final de ano e encerramento das atividades da entidade

O vice-presidente de Economia da FEDERASUL, Fernando Marchet, fez um balanço da economia brasileira e gaúcha em 2024 e traçou as perspectivas para o próximo ano. Ele disse que embora esteja sujeito aos impactos da conjuntura geopolítica global – especialmente das incertezas em relação ao governo Donald Trump e da escalada de conflitos no Oriente Médio e no Leste Europeu –, o desempenho da economia brasileira em 2025 dependerá muito mais de decisões internas do que, propriamente, do cenário internacional.

Lembrou que recorrentes desde o início do terceiro governo Lula, as preocupações com os aspectos políticos e com o descuido nas questões fiscais são temas que sempre pautaram os agentes econômicos e foram, em grande medida, confirmadas ao longo dos últimos dois anos.  Destacou que há desarranjos fiscais e clara demonstração de que o governo não pretende tratar destes temas de forma efetiva por meio de uma reforma administrativa estrutural que permita ao Estado gastar menos.

“O Banco Central vem respondendo aos efeitos inflacionários desta política com alta na taxa básica de juros, que deve chegar a 15,75% até o final de 2025. O cenário básico utilizado é de que o governo continuará buscando medidas que venham a permitir que a economia se mantenha aquecida compensando os impactos da política monetária. Medidas parafiscais, como o uso de bancos públicos, sobretudo o BNDES, e também o controle de preços, por meio das estatais, não estão descartadas”, complementou.

Por outro lado, disse que há expectativas positivas para 2025 no agronegócio, que deve registrar recordes de produção. Favorecido pela manutenção do emprego formal e da massa salarial elevada, pelo aquecimento do mercado de trabalho e pela desobstrução dos canais de crédito, o setor de serviços também deve manter um bom desempenho.

Já a indústria, que vem sendo beneficiada pelo atual patamar do dólar, sobretudo em setores de exportação, está se recuperando lentamente. Se por um lado existe um potencial de crescimento, por outro a expectativa de juros mais altos pode prejudicar a recuperação do nível de investimento. Desse modo, a projeção para 2025 é de crescimento da economia, manutenção da pressão sobre o dólar e elevação dos juros futuros e da taxa Selic – cenário que, se não for equacionado com o ajuste da questão fiscal, poderá trazer problemas em médio e longo prazo.

Agronegócio turbinado

Impulsionado por uma safra recorde de grãos, que permitirá aos produtores quitar parcelas significativas de suas dívidas e reduzir a alavancagem, além de retomar os investimentos e o consumo, o Rio Grande do Sul deve superar o crescimento nacional em 2025. Depois de duas secas consecutivas e dos efeitos secundários das enchentes deste ano, espera-se que os produtores retomem sua capitalização, fortalecendo sua capacidade de investimento. O aumento da renda oriunda da expansão do agronegócio impulsionará também os outros setores, como é o caso da indústria gaúcha, com destaque aos setores metalmecânico e de máquinas e implementos agrícolas.

Da mesma forma, terá efeitos positivos nos setores de comércio e serviços, também favorecidos pelo mercado de trabalho aquecido, pela disponibilidade de crédito, pela retomada da atividade turística no estado e pela normalização da infraestrutura, especialmente do Aeroporto Internacional Salgado Filho, além da continuidade do investimento privado na reconstrução do que foi danificado pelas enchentes.

Retomada

No evento de fechamento da programação anual da FEDERASUL e também a assinatura do termo de posse de sua nova gestão, o presidente Rodrigo Sousa Costa destacou o papel crucial da confiança na economia e da imprensa profissional na construção de uma sociedade democrática. “A economia se move pela confiança. Se as pessoas acreditam no futuro, elas investem, gastam e fazem a roda da economia girar. E é isso que buscamos na FEDERASUL: despertar e mobilizar a opinião pública para fomentar um ambiente de negócios mais próspero e sustentável, que beneficie não só os empreendedores, mas toda a sociedade”, afirmou.

Sousa Costa fez um balanço da gestão que se encerra, lembrando o esforço da FEDERASUL em elevar o nível do debate interno e externo, especialmente em um período de polarização política. “Dentro da entidade, conseguimos criar um ambiente onde as ideias são debatidas de forma técnica e respeitosa, sem ataques pessoais, o que foi essencial para nossa missão de influenciar políticas públicas. Graças à imprensa profissional, conseguimos potencializar esse trabalho, trazendo isenção e embasamento técnico para discussões fundamentais”, destacou, reforçando a importância da colaboração com os jornalistas presentes.

O presidente também chamou a atenção para os desafios impostos pelas redes sociais e o impacto dos algoritmos que priorizam a emoção sobre o conteúdo técnico. “Enquanto enfrentamos forças que se alimentam de raiva e polarização, seguimos firmes na nossa proposta de agir com base em valores e princípios, mesmo que o caminho seja mais difícil. A geração de riqueza e a melhoria do ambiente de negócios são o que realmente podem solucionar problemas sociais e ambientais”, disse. Sousa Costa concluiu agradecendo a interação de alto nível com a imprensa nos últimos dois anos e enaltecendo o compromisso da FEDERASUL em manter uma atuação coerente e propositiva.

FEDERASUL

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp