Serendipidade foi o tema geral do evento, realizado nesta segunda-feira na sede da FIERGS
“Este evento faz parte do esforço de transformação do Sistema FIERGS, que busca modernizar suas estruturas e, principalmente, criar uma cultura de inovação acessível para as 52 mil indústrias do nosso Estado. Noventa e cinco por cento delas tem menos de 50 funcionários. Precisamos mostrar a esses empresários que a inovação é possível, assim como manter nossos cérebros no Rio Grande do Sul. É um compromisso com o futuro da nossa economia e com o fortalecimento do papel da indústria como motor de desenvolvimento.”, afirmou o presidente do Sistema FIERGS, Claudio Bier, abrindo a tarde do 10º Fórum IEL de Inovação, realizado nesta segunda-feira, na sede da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul. O evento, promovido pelo Instituto Euvaldo Lodi (IEL-RS), integrante do Sistema FIERGS, tem como tema Serendipidade: Inovação e Resiliência em Tempos de Adversidade, e está abordando o termo que se refere a descobertas ou eventos inesperados que acontecem no ano em que o estado passa pelo que foi o maior desastre climático de sua história, com sérias consequências na sua economia.
A empresária Sônia Hess, criadora da marca Dudalina, afirmou em sua palestra Propósito e Pertencimento Impulsionando a Inovação que tudo o que fazemos no mundo vem do ser humano e para o ser humano. “Cuidar de gente sempre foi a minha maior missão. Tudo isso com o olhar do feminino. Nós temos 40 conflitos no mundo e nenhum tem o rosto de uma mulher. O mundo só mudará quando o feminino de homens e mulheres, que acolhem, cuidam, protegem e buscam a paz, se sobressair. Creio que isso seja, também, inovação um mundo com mais cuidado para com os outros.” Segundo ela, este cuidado traz um pertencimento entre os funcionários que impulsiona o crescimento pessoal e da empresa. Sobre a escolha do time, Sônia afirmou que o que sempre contou para ela foi o olho no olho. “Muito mais do que formação ou currículo”.
O engenheiro Celso Ienaga, que atua como conselheiro em empresas de agronegócio, logística, educação, financeiras e outros, além de integrar comitês de inovação, ressaltou que o desafio de construir uma empresa para o futuro começa por algumas coisas bem básicas: saber a essência do que é o negócio e, a partir daí, verificar o impacto da tecnologia e as possibilidades que ela tem a nos oferecer. “Olhar o essencial, o que realmente faz a diferença, e utilizar a tecnologia para potencializar isso, é o grande desafio para o futuro”, disse.
No começo da tarde, a Fapergs e o IEL-RS lançaram o edital Programa Cientista na Indústria, a fim de incentivar a participação de pesquisadores com mestrado e doutorado na indústria, a fim de modernizar o setor. O termo assinado no evento busca com a inserção de pesquisadores na indústria gaúcha promover a inovação e a aproximação entre o setor produtivo e o universo acadêmico.
Daniel Leipnitz, um dos maiores especialistas do país em ecossistemas de inovação, tratou sobre hubs de inovação e parques tecnológicos como exemplos para indústrias que buscam estar sempre conectadas com o que há de mais novo no mercado. Já Marcelo de Elias, escritor e professor de desenvolvimento executivo na FGV e Fundação Dom Cabral, falou sobre Protagonismo, Inovação e Adaptabilidade em Cenários de Mudança. “Em um mundo de constante mudanças, insistir no velho é mais arriscado do que mudar”, disse.
Fechando o ciclo de palestras, o fundador da Chilli Beans, Caito Maia, falou online sobre o tema Construindo uma marca de Sucesso – Abordagens de empreendedorismo para potencializar os negócios. O empresário compartilhou com o público detalhes sobre o processo de criação e desenvolvimento de uma das maiores marcas de óculos e acessórios da América Latina, além de evidenciar o papel central que a inovação possui dentro de uma marca bem-sucedida. Além das palestras, o 10º Fórum IEL de Inovação contou também com painéis sobre Hubs de inovação, parques tecnológicos e startups.
Foto: Dudu Leal