Práticas de inovação e tecnologia que se consolidam nos maiores centros industriais do mundo começam a ganhar, cada vez mais, familiaridade entre empreendedores gaúchos. Outrora restritos ao vocabulário de grandes empresas internacionais, termos como Inteligência Artificial (IA), manutenção preditiva, realidade aumentada, impressão 3D e automação robótica estão cada vez mais próximos de nós. E Caxias do Sul, uma vez mais, será palco para a demonstração dessas e outras ferramentas no evento que é vitrine para essas tendências.
Na Mercopar deste ano, por exemplo, veremos o poder da Inteligência Artificial. Por meio da IA, as máquinas aprendem com o alto volume de dados gerados no chão de fábrica, identificando padrões imperceptíveis ao olho humano e sugerindo ajustes em tempo real. Essa ferramenta acaba sendo peça central na transformação digital das empresas, levando a um novo patamar de produtividade, qualidade e inovação.
Uma alternativa que se tornou uma das mais viáveis para negócios de menor porte iniciarem sua transição para os conceitos de indústria inteligente é a implantação dos sistemas que monitoram as condições de equipamentos – a chamada manutenção preditiva. Sensores acoplados às máquinas coletam dados como vibração, ruído e consumo energético e, a partir do acesso às informações, os gestores de manutenção podem programar reparos nos equipamentos nos momentos mais adequados, evitando paradas desnecessárias e aumentando a produtividade.
Em breve, veremos os robôs de baixo custo desempenhando um papel crucial na democratização da automação industrial. Algumas marcas já apresentam produtos fáceis de integrar e operar, mesmo para aqueles sem experiência extensa em robótica. As aplicações são muitas, com ganhos em automatização de tarefas repetitivas e de baixo valor agregado, liberando os trabalhadores para atividades mais complexas e criativas.
Outra tecnologia que está despontando e que terá um destaque na Mercopar é a moldagem por injeção de material (MIM), algo inovador que combina processos de moldagem plástica e metalurgia, e a peça metálica resultante é consolidada por meio de sinterização. A MIM é ideal para a produção de peças pequenas e com design complexo, que seriam difíceis de fabricar por métodos convencionais. Além disso, o uso de prototipagem por impressão 3D em metal pode acelerar o desenvolvimento dessas peças, permitindo ajustes rápidos no design e otimização da produção. Para as indústrias brasileiras, a moldagem por injeção de material oferece um aumento significativo na produtividade, com fabricação eficiente e menos desperdício de material.
Por fim, podemos afirmar que uma variedade de possibilidades estará nos diálogos e nas trocas proporcionadas pela maior feira de inovação industrial da América Latina. É importante e necessário que as empresas embarquem no conhecimento desse ecossistema que proporcionará níveis inéditos de eficiência, precisão e flexibilidade, eliminando erros e desperdícios, e garantindo uma produção mais sustentável e adaptada às demandas do mercado.
Fabiano Dallacorte, especialista em indústria inteligente do Sebrae RS