Serão adquiridos 4 navios mais eficientes e sustentáveis. Ao todo, Renovação de Frota Naval da Petrobras vai contratar 44 navios e gerar mais de 40 mil postos de trabalho
“A indústria naval é soberania nacional, tecnologia, inovação, logística, dando uma resposta maravilhosa e milhares e milhares de empregos”, afirmou o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, ao participar, ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, da assinatura de contrato de aquisição de quatro navios de transporte pela Transpetro. O evento foi realizado no estaleiro de Rio Grande, cidade portuária do Rio Grande do Sul, nesta segunda-feira (24/02). Ao encerrar seu discurso, Alckmin citou o filósofo Michel Foucault para cumprimentar o presidente sobre o programa. “Em civilizações sem barcos, os sonhos secam. Parabéns, presidente Lula, por transformar o sonho em realidade”, acrescentou.
O presidente Lula encerrou o evento enaltecendo a retomada do Programa de Renovação da Frota da Petrobras. “Eu quero recuperar (a indústria naval) porque um país que tem uma bela indústria naval, ele se torna competitivo no comércio internacional”, afirmou o presidente, lembrando que 90% desse comércio é realizado por transporte marítimo. O presidente disse ainda que a assinatura de hoje “é apenas o começo”, lembrando que na semana passada ele havia participado do lançamento de edital para a construção de navios da Transpetro em Angra dos Reis. “Esse estaleiro vai voltar a funcionar”, acrescentou.
O contrato para a aquisição de quatro navios da classe Handy, com valor de US$ 69,5 milhões por embarcação, foi assinado entre a Transpetro, subsidiária integral da Petrobras, e o consórcio formado pelos estaleiros Rio Grande e Mac Laren. Os navios serão utilizados para transporte de derivados de petróleo na costa brasileira.
A aquisição integra o Programa de Renovação e Ampliação de Frota da Petrobras, que prevê o contrato de 44 navios, com investimentos de R$ 23 bilhões e geração de 44 mil postos de trabalho. E está em linha com a Nova Indústria Brasil, política industrial que tem, entre suas missões, metas de descarbonização, de inovação, aumento da competitividade, das exportaçções e ampliação da soberania nacional.
Segundo a Petrobras, os quatro navios contratados pela Transpetro vão contemplar soluções que garantem maior eficiência energética e menor emissão de gases que provocam o efeito estufa. Além disso, as embarcações poderão ser abastecidas com bunker (óleo combustível marítimo) ou biocombustíveis. Como resultado, estima-se reduzir em 30% as emissões em relação aos atuais navios da frota, atendendo às determinações da Organização Marítima Internacional (IMO).
Participaram também do evento a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, e o presidente da Transpetro, Sérgio Bacci, além de vários ministros e autoridades locais. Esse é o primeiro contrato a ser assinado pela Transpetro no âmbito do Programa de Renovação e Ampliação da Frota do Sistema Petrobras. A companhia lançou na semana passada a licitação para aquisição de oito navios gaseiros dentro do mesmo Programa.
“Para nós, é fundamental ampliar a frota própria de navios e reduzir nossos custos com afretamentos, porque nossa produção e nossa capacidade de refino vão aumentar nos próximos anos. No âmbito do programa de renovação e ampliação da frota, estamos contratando 44 embarcações, que serão fundamentais para apoiar nossas operações. Todas já estão contratadas ou estão em processo de licitação. São investimentos de R$ 23 bilhões, um forte incentivo para o desenvolvimento da indústria naval nacional”, explica Magda Chambriard.
O presidente da Transpetro, Sérgio Bacci, ressalta que essa é apenas a primeira contratação prevista pela companhia. “A aquisição dos navios da classe Handy é apenas o começo da renovação e ampliação da nossa frota. Na semana passada, em Angra dos Reis, lançamos a licitação de mais oito gaseiros. E pretendemos lançar futuramente licitações para contratar pelo menos mais 13 embarcações até 2026, ampliando a capacidade logística da Transpetro em até 25%”, afirma Bacci.”
A renovação da frota foi viabilizada pela Lei nº 15.075/2024 e o Decreto nº 12.242/2024, que estabeleceram quotas diferenciadas de depreciação acelerada para navios-tanque novos produzidos no Brasil, minimizando a dependência externa de importações desses navios-tanque. Com o benefício fiscal da depreciação acelerada, empresas do setor podem deduzir mais rapidamente os custos de aquisição e manutenção de navios-tanque, tornando os investimentos na frota marítima desse segmento mais atraentes.