Claudio Teitelbaum, Samanta Takim, Luciano Zuffo e Rodrigo Sousa foram os painelistas do Mapa Econômico de Porto Alegre / Foto: Tânia Meinerz/JC
A segunda temporada do Mapa Econômico do Rio Grande do Sul, projeto do Jornal do Comércio que percorreu diferentes regiões do Rio Grande do Sul nos últimos meses, teve seu fechamento com painel realizado em Porto Alegre nesta segunda-feira, 9 de dezembro. O evento ocorreu na Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs) e teve como painelistas o presidente do Sindicato das Indústrias da Construção Civil (Sinduscon-RS), Claudio Teitelbaum; a presidente da Corsan, Samanta Takimi; o fundador do Grupo São Pietro Hospitais e Clínicas, Luciano Zuffo; e o diretor comercial e de logística da Fraport Brasil, Rodrigo Sousa.
O Mapa está em sua segunda temporada. Neste ano, teve edições nas cidades de Rio Grande, Bento Gonçalves, Erechim e Santa Maria.
O painel em Porto Alegre fechou o ano e foi mediado pelo editor-chefe do Jornal do Comércio, Guilherme Kolling. O debate abordou os desafios e as oportunidades para o desenvolvimento econômico das regiões Metropolitana, Litoral e Vale dos Sinos.
Diretor-presidente do Jornal do Comércio, Giovanni Jarros Tumelero fez a abertura do evento, celebrando a conclusão do projeto neste ano. “Estamos muito felizes por realizar esta quinta edição na Fiergs. A capital gaúcha tem papel fundamental na economia do Estado, e se destaca por seus polos de tecnologia, educação e saúde”, disse o executivo, complementando que acredita no potencial da cidade como referência nacional em turismo.
Ele lembrou, ainda, que grande parte do Produto Interno Bruto (PIB) está no interior do Estado, e isso justifica os esforços para percorrer as regiões. Tumelero assegurou a continuidade do Mapa Econômico em 2025 e anunciou a utilização de Inteligência Artificial generativa para as análises dos dados captados.
Painelistas debateram as oportunidades e desafios da Capital, Litoral e Vales / Foto: Tânia Meinerz/JC
O presidente da Fiergs, Claudio Bier, caracterizou o evento do Mapa como um encontro significativo. “Cumpre um papel fundamental ao lançar luz sobre as particularidades das regiões do nosso Estado. Por meio dele, ao longo deste ano, acompanhamos análises criteriosas e debates enriquecedores sobre a economia gaúcha”, discursou.
Luiz Otávio Prates, secretário municipal de Comunicação que representou o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, lembrou que o Mapa já se consolidou como um instrumento para o Rio Grande do Sul e para Porto Alegre. “Se já foi importante em 2023, em 2024, ele é ainda mais diante do cenário de enchente. Vai nos auxiliar na caminhada da reconstrução.”
O secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Ernani Polo, classificou o Mapa como um trabalho abrangente. “Estamos renovando a parceria para o próximo ano”, adiantou. Entre os patrocinadores e apoiadores do projeto, estão governo do Estado, BRDE, CIEE-RS, Corsan, CMPC, CREA, Fetransul, Lamb, Fiergs, CDL e Sindienergia.
Lideranças apontam oportunidades de desenvolvimento
O presidente do Sindicato das Indústrias da Construção Civil (Sinduscon-RS), Claudio Teitelbaum, abriu o painel citando que, depois da pandemia, o setor da construção tomou protagonismo grande, puxando a geração de empregos formais no Brasil. Além disso, por conta da enchente, o Estado terá que fazer um investimento na ordem de R$ 100 bilhões para a reconstrução, o que seria uma oportunidade para o segmento.
“Não se faz desenvolvimento social sem desenvolvimento econômico”, ponderou. Ele também lembrou que a reforma tributária não pode aumentar o imposto da construção civil para não inviabilizar a casa própria.
A presidente da Corsan, Samanta Takimi, disse que qualquer infraestrutura de desenvolvimento passa por saneamento. “Só que, infelizmente, os números são horríveis, 100 milhões de pessoas não têm acesso a esgoto no Brasil. E no Rio Grande do Sul, a situação também não é de se orgulhar”, lamentou. Segundo ela, o desafio de obras é grandioso para se chegar à universalização dos sistemas à população. “Temos que planejar todo serviço de forma que as pessoas tenham qualidade de vida e oportunidade de desenvolvimento.”
Luciano Zuffo, fundador do Grupo São Pietro Hospitais e Clínicas, enfatizou que a saúde permeia todos os setores, sendo uma geradora de recursos. “Representa quase 10% do PIB do Brasil”, mensurou. Ele elogiou ainda a formação de polos no Estado, o que traz inovação. Um dos desafios seria a peregrinação de pessoas que saem de um município para receber atendimento em outro e o envelhecimento da população.
Diretor comercial e de logística da Fraport Brasil, Rodrigo Sousa relatou que no dia 16 de dezembro o aeroporto de Porto Alegre será completamente reaberto. Além disso, ele deu uma boa notícia: “em janeiro já teremos 91% dos voos que tínhamos em janeiro de 2024”. Atualmente, 80% do volume do terminal de cargas do aeroporto de antes da enchente já estão recuperados. Como oportunidade, ele listou o fato de o Rio Grande do Sul ser o segundo estado que mais recebe estrangeiros, apenas atrás de São Paulo.
Mauro Belo Schneider
Editor-executivo