“A NVIDIA não está surfando na onda da IA, a NVIDIA ajudou a criar essa tecnologia”, afirma Jomar Silva, da NVIDIA
No primeiro dia da Semana Caldeira, um dos eventos mais aguardados foi a participação de Jomar Silva, gerente de relacionamento com desenvolvedores da NVIDIA para a América Latina. Convidado como um dos painelistas, Jomar trouxe sua visão sobre a evolução tecnológica e o papel central da inteligência artificial (IA) nesse cenário. Ele lidera os programas de engajamento da NVIDIA na América Latina, que envolvem quase 900 startups, mais de 260 mil desenvolvedores e mais de 100 embaixadores que atuam em universidades e centros de pesquisa. Sua palestra refletiu o impacto transformador que a NVIDIA tem gerado na área de IA.
A NVIDIA, empresa onde Jomar atua, é mundialmente reconhecida pelo desenvolvimento de GPUs (unidades de processamento gráfico), inicialmente voltadas para o mercado de jogos, mas que rapidamente se tornaram essenciais para acelerar tarefas complexas de IA, aprendizado de máquina e computação de alto desempenho. A companhia é uma das pioneiras no campo da IA generativa, uma área que Jomar abordou em sua apresentação, destacando o potencial dessa tecnologia na transformação de diferentes indústrias.
A IA generativa, como explicou Jomar, “é uma inteligência artificial cuja especialização é entender padrões de informações”. Ou seja, ela é capaz de identificar padrões complexos em grandes volumes de dados e gerar novos conteúdos a partir deles, como imagens, textos ou até soluções em pesquisas científicas. Essa capacidade tem sido essencial em áreas que demandam processamento de grandes quantidades de informações, como a descoberta de novos medicamentos. Jomar exemplificou o uso da IA na aceleração do desenvolvimento de vacinas durante a pandemia de COVID-19, onde a IA generativa foi utilizada para identificar a melhor estrutura proteica da vacina.
Durante sua palestra, ele também falou sobre como seu interesse pela tecnologia começou ainda na década de 1980, quando viu seu primeiro videogame. Foi esse momento que despertou sua paixão pela eletrônica e pelo desenvolvimento de software. “Tudo culpa do videogame”, brincou ele, lembrando com carinho de sua jornada inicial na tecnologia. Esse interesse o levou a se envolver em diferentes áreas, incluindo o uso de GPUs da NVIDIA em jogos e a aplicação de IA para criar experiências mais imersivas e dinâmicas.
Um dos destaques trazidos por Jomar foi a evolução dos gráficos nos jogos e como a IA está desempenhando um papel central nessa revolução. “A cada oito pixels que vocês veem acesos na tela do seu computador, um pixel foi calculado; os outros foram gerados por IA”, revelou ele, demonstrando como a NVIDIA tem utilizado inteligência artificial para criar gráficos de altíssima qualidade com maior eficiência. Além disso, ele mencionou a plataforma GeForce Now, que permite jogar em diferentes dispositivos sem a necessidade de um console ou um computador de alto desempenho. Essa portabilidade, segundo ele, é o futuro dos games.
Outro ponto discutido foi o impacto da realidade virtual (VR) e como essa tecnologia se tornará mais acessível nos próximos anos. Jomar destacou seu entusiasmo por VR, que ele acompanha desde 2016, e acredita que, com a redução de preços dos dispositivos, a realidade virtual ganhará espaço em aplicações além do entretenimento, expandindo-se para áreas como educação e treinamentos profissionais.
Jomar também compartilhou recomendações para quem deseja começar a estudar IA. O painelista sugeriu uma visão abrangente da área e destacou o livro Inteligência Artificial e Chat GPT, de Fabricio Carraro, como uma introdução para aqueles que estão iniciando nesse universo. “Eu escrevi o prefácio e brinco que aquele livro é o que eu queria ter lido quando comecei com IA”, comentou, destacando a importância de explorar as diversas áreas dessa tecnologia para encontrar o campo que mais desperte interesse.
Além das aplicações mais práticas, Jomar falou sobre o impacto social e econômico da IA generativa. Ele afirmou que estamos vivendo uma nova revolução industrial, na qual a IA tem um papel central. “A NVIDIA não está surfando na onda da IA, a NVIDIA ajudou a criar essa tecnologia”, enfatizou ele, demonstrando a relevância da empresa no desenvolvimento dessa tecnologia desde suas primeiras aplicações.
O uso crescente da IA, especialmente após a criação da tecnologia Transformer, que impulsionou a inteligência generativa, traz desafios e oportunidades. Jomar destacou que, embora o progresso seja rápido, o verdadeiro desafio está em entregar essas soluções para a sociedade de maneira escalável e eficiente.
Parabéns!