Governança e diálogo devem estar na pauta sempre, apontam líderes do Hospital Moinhos de Vento
Ter uma boa governança é um dos primeiros passos para a criação de instituições resilientes e anti frágeis. O terceiro dia da Semana Caldeira recebeu o presidente do Conselho do Hospital Moinhos de Vento, Eduardo Bier, e Mohamed Mutlaq, CEO da instituição. Eles participaram do painel mediado por Bruno Pina, CEO da Synapse, e comentaram sobre a visão e experiência no uso da boa governança e da visão ao longo prazo para construir instituições perenes, resilientes e anti frágeis.
Juntos, eles lideram o Hospital Moinhos de Vento, instituição que está entre os 6 hospitais de excelência do Brasil e oferece atendimento clínico e hospitalar, com ênfase na alta complexidade.
“Temos o nosso jeito de fazer governança. O diálogo é bom. O diálogo é bacana. Levo esse aprendizado para criar a governança nos meus outros negócios. É importante acatar a nossa realidade quanto às relações pessoais que tenho”, destacou Eduardo Bier.
Outro ponto comentado no painel foi a importância da boa governança e resiliência em situações de crise. O exemplo utilizado foi a enchente que atingiu o Rio Grande do Sul no mês de maio, e Mohamed exaltou a necessidade da consciência social nas empresas.
“Quando veio a Covid-19, estabelecemos o comitê de calamidade e nunca desfizemos. Nosso propósito é contribuir com o Rio Grande do Sul. Acredito que faltam empresas que contribuam para o Rio Grande do Sul”, ressaltou.
Outro exemplo trazido por Mohamed foi a criação do Instituto Moinhos Social, iniciativa que consolida as ações sociais do Hospital Moinhos de Vento em áreas relevantes para o desenvolvimento da sociedade, em especial às pessoas mais vulneráveis. Durante a enchente, os representantes do Hospital garantiram que a instituição não mediu esforços para auxiliar os mais afetados pela água.
Além de exaltar a importância desse tipo de iniciativa para a sociedade, o CEO comentou que, durante o período, ele ficou sabendo de muitos colaboradores de sua própria instituição que precisavam de ajuda.
“Ali eu descobri que tinha tanta gente carente dentro da instituição.Cerca de 1,5 mil pessoas foram afetadas e quase 200 estavam dormindo fora de casa. Arrecadamos mais de R$ 1,5 milhão. Arrumamos escolas,compramos materiais para a casa das pessoas”, conta.
Eduardo também exaltou a experiência como uma das principais virtudes para lidar com situações de crise como a enchente. Segundo ele, momentos assim podem servir de aprendizado para lidar com crises e problemas futuros.
Questionado sobre o futuro do Moinhos de Vento, considerando o cenário regional e oportunidades para um futuro em constante transformações, Eduardo comentou sobre a concorrência externa. “Existem 6 mil hospitais independentes no Brasil. Nossa estratégia é ficar cada vez melhor. Queremos que, quando se pensar em saúde, se pense no Moinhos de Vento. Quando se pensar em inovação na saúde, se pense no Moinhos de Vento. Isso é o que vai nos deixar forte”, afirma Bier.
Ele conta que, junto com Mohamed, viajou até Singapura para conhecer um hospital de referência. “O pessoal ficou chocado ao saber que fomos do Brasil até lá só para conhecê-los. Eles ficaram muito honrados com a nossa visita”, relembra.
Mohamed finalizou o painel com uma provocação. Segundo ele, por mais que o povo brasileiro seja muito resiliente, ainda falta um senso de união e coletividade, para que possamos chegar onde queremos chegar.
“Não há limites para o que você pode fazer para si mesmo. Todas as barreiras são uma ficção criada por alguém, seja por sua mãe, seu pai ou até mesmo a sua religião. Acho que falta ousadia para o Rio Grande do Sul e para o Brasil. Cada um está pensando em atender os seus próprios interesses”, disse.
Parabéns!