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Semana Caldeira: Se o caos está próximo, por que seguir sozinho, provoca Bruno Pina, CEO da Synapse

Se o caos está próximo, por que seguir sozinho, provoca Bruno Pina, CEO da Synapse

Os desafios e as oportunidades das startups em tempos de crise foram debatidos no Caldeira Talks – Empresas e Startups Anti-Frágeis nesta quarta-feira (25), terceiro dia da Semana Caldeira 2024. Em um bate-papo descontraído na arquibancada Banrisul, o CEO da Synapse, Bruno Pina, e a head de Inovação e Novos Negócios Digitais na Eurofarma, Erica Menezes, refletiram sobre a relação entre startups e empresas e sobre a necessidade de reconhecer quando algum processo é ineficiente para o crescimento do negócio.

“Vocês vivem o mundo ágil na inovação. Acho que a principal lição do conceito de antifragilidade é encontrar no caos a oportunidade e a colaboração. Se o caos está tão próximo, por que vou seguir sozinho?”, questionou Pina. Na visão dele, momentos de desordem, como a pandemia ou as mudanças climáticas, fazem surgir startups que antes eram inimagináveis, buscando soluções que também podem servir para grandes empresas. “As empresas podem se sentir mais seguras com as startups e vice-versa”, considerou.

A Synapse é uma consultoria de estratégia e inovação que tem o propósito de atuar nas ineficiências do setor da saúde por meio de projetos inovadores em conjunto com diferentes elos da cadeia. Durante a palestra, Pina reforçou que as organizações que se pretendem anti frágeis precisam observar os gargalos operacionais, mesmo que, aparentemente, tudo esteja “no azul”. “Às vezes, as empresas acham que estão operando no ápice da eficiência simplesmente porque não querem olhar para os KPIs onde há ineficiência”, afirmou.

Ele explicou que essas ineficiências podem ser financeiras, mas também relacionadas ao turnover ou aos processos. “Quantas empresas, com a pandemia, perceberam que realizavam o mesmo processo há 20 anos? E os processos são reflexos das pessoas. A rigidez das empresas faz com que não enxerguem as oportunidades no caos. O melhor dado para quem quer inovar é aquele coletado das matrizes de risco, que muitas pessoas evitam analisar. Resistir demais a uma ideia pode até causar burnout”, pontuou.

Robustez é importante para evitar ‘armadilhas’

Por outro lado, Pina considerou que, em alguns momentos, é preciso, sim, ter robustez e resiliência. “É preciso cuidado para não cair em armadilhas. Ser anti-frágil não significa desrespeitar as regras do sistema, pois existem sistemas que só funcionam com uma hiperregulação”, ponderou, citando o segmento da saúde. O mercado de startups, no momento atual, também exige certa resiliência. “Não é o inverno das startups, mas os investimentos eram mais altos há três anos. Você precisa estudar essas mudanças para não desistir ao ver que sua startup ainda não atingiu os patamares financeiros de outra, parecida com a sua, que atingiu esses objetivos anos atrás”, exemplificou.

Erica acrescentou que é necessário crescer com sustentabilidade. “Não crie estruturas grandes que você não possa manter por muito tempo. Isso pode te deixar frágil. Existe um ponto ótimo para se ter uma grande estrutura.” Segundo ela, neste momento em que o capital está mais escasso, fazer mais com menos é a chave para um crescimento financeiro sustentável.

No braço de inovação da Eurofarma, junto com sua equipe, ela é responsável por pensar em inovações para o futuro. “Inovação é estratégia. É preciso balancear o futuro com o presente”, disse. Durante a pandemia, essa lógica foi evidenciada.

“Nosso principal negócio como indústria farmacêutica são as vendas de medicamentos. Temos representantes levando informações aos médicos, que tratam dos pacientes. Com a pandemia, isso se tornou inviável. Foi aí que surgiu a telemedicina, que nem era regulada. Poderíamos nos opor ao modelo, mas o abraçamos. O trabalho não acabou, apenas a forma de trabalhar mudou. Abraçamos o caos e aprendemos”, refletiu.

https://institutocaldeira.org.br/

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