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Semana de Competitividade do Sistema Ocergs: Cultura, propósito, comunicação verdadeira e ESG

Semana de Competitividade do Sistema Ocergs: Cultura, propósito, comunicação verdadeira e ESG

Cultura, propósito, comunicação verdadeira e ESG: o que rolou no segundo dia da Semana de Competitividade

Promovido pelo Sistema Ocergs, evento se encerra nesta quarta-feira (30)

A motivação dos colaboradores, o propósito e a cultura nas organizações e a comunicação verdadeira foram alguns dos temas que dominaram os debates no segundo dia de palestras da Semana de Competitividade, evento promovido pelo Sistema Ocergs. Outros assuntos como a gestão orientada por dados e a responsabilidade de empresas com a sustentabilidade ambiental e o desenvolvimento social também pautaram o evento nesta terça-feira (29).

Na abertura da programação, o pesquisador e professor Alexandre Pellaes, especialista em novos modelos de gestão, recursos humanos e liderança, discutiu a crise que permeia o mundo do trabalho no contexto atual. Segundo ele, o modelo fabril e repetitivo de produção que herdamos dos antepassados já não atende mais às necessidades humanas e esta situação provoca insatisfação.

O especialista avalia que há uma insegurança generalizada sobre o futuro do trabalho, o que obriga líderes e gestores a repensar as atividades laborais. O professor defende que as organizações devem adotar um modelo mais humanizado, em que o sucesso é avaliado não apenas por indicadores financeiros e resultados concretos, mas também por fatores subjetivos como a qualidade de vida e a autorrealização dos colaboradores.

“O cooperativismo está anos-luz à frente de outras organizações no sentido de entender o seu papel dentro da sociedade. Óbvio, também existem problemas, mas a diferença é que o cooperativismo tem um propósito claro, a paixão pelas pessoas, a noção de que nós somos potência e de que cada um pode mudar o sistema inteiro desde que a gente se coloque como sujeito”, explicou.

Cultura da organização
O painelista Jayme Nigri, sócio-fundador da marca Reserva, falou sobre as estratégias para reter talentos nas organizações, defendendo que a chave para formar e manter um time qualificado está na cultura e no propósito da empresa. Dirigindo-se aos associados e líderes de cooperativas, ele narrou que a criação de um ambiente corporativo positivo foi fundamental para garantir o crescimento da Reserva, fazendo com que as pessoas se sentissem motivadas a permanecer na companhia.

Jayme considera que as organizações devem se comprometer com as pessoas primeiro e com os resultados depois. Segundo ele, priorizar as pessoas faz com que a empresa colha resultados mais satisfatórios. “A única coisa que a gente fez de diferente foi criar uma cultura corporativa bacana. É isso que faz as pessoas estarem com a gente. Isso fez com que a gente pudesse crescer, o resto foi consequência”, explicou.

ESG na prática
Estevan Sartoreli, CEO e cofundador da Dengo Chocolates, alerta que a maioria das lideranças dimensiona a importância do ESG, mas poucos sabem sobre o que realmente quer dizer e, menos ainda, como implementar as premissas da governança ambiental, social e corporativa.

Sartorelli avalia que o debate e a aplicação de ESG nas organizações não é um processo simples. O especialista afirma que não é preciso estabelecer “novos pactos” ou “novos jargões”, mas afastar o risco de seguir “sem ação”. “Não se trata de fácil ou difícil. É o melhor a ser feito”, considera Sartorelli.

O caminho trilhado pela Dengo passa por um olhar pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ODS). Para a Dengo, o norteador é o número dois que abarca a fome zero e a agricultura sustentável. “Fazemos pelas pessoas, esse é o verdadeiro engajamento. O resto é derivação”.

Com o sistema implementado pela companhia, Sartorelli celebra um resultado de satisfação do agricultor de 98%, com uma média de ganho mensal três vezes maior do que a média recebida por agricultores do setor. “ESG é investimento – e lucratividade, quando é bem-feito!”.

Comunicação e geração de valor
“Se pudesse elencar uma tendência, diria que é a verdade. Hoje há uma constante dúvida sobre a veracidade do que vemos”, refletiu o cofundador e CEO da Tátil Design – consultoria que atende clientes como Coca-Cola, Netflix e Natura, Fred Gelli, com a palestra “Como competir e cooperar podem gerar valor?”.

O especialista explicou que o fazer algo novo, a originalidade, tem a ver com origem: colocamos o “branded no divã” para voltar ao que deu início a tudo: Qual o lugar de potência? Qual o seu propósito? “Você nunca cria algo para alguém e, sim, com alguém, você precisa entender a fundo o que é aquilo que você quer para criar novas soluções”, explica.

Gelli também falou sobre o movimento de utilização da Inteligência artificial a partir das tecnologias de forma exacerbada. “Estamos terceirizando a intuição, diminuindo o espaço de experimentação, e o ser humano construiu a sua história a partir dessa habilidade, cooperando e fazendo grandes descobertas”. Ele ainda ressaltou que frente ao disruptivo e à necessidade do compromisso com a sustentabilidade, haverá a necessidade de reinvenção – e esse passo será acertado com o equilíbrio entre colaborar e competir.

Gestão orientada por dados
A importância de ter o cliente no centro do negócio na gestão orientada por dados foi destacada pelo chefe de Arquitetura na Gerência de Tecnologia da Informação do Grupo Sancor Seguros, Alejandro Aguirre – atualmente maior seguradora da Argentina com origem corporativa.

O especialista contou sobre os cinco passos de maturidade de uma empresa orientada por dados, 1) relatórios e painéis operacionais, 2) autogestão na exploração dos dados, 3) qualidade e gerenciamento de dados mestres, 4) cross selling (venda cruzada) e 5) processo de negócios e análises avançadas de IA. Quanto mais perto da prática dos cinco passos, maior é a excelência da gestão guiada por dados.

Aguirre destaca para que uma empresa tenha sucesso no uso dessas ferramenta, “a gestão de dados precisa estar alinhada à gestão de negócios” e que quanto mais pessoas forem capacitadas para acessar e interpretar os dados dentro de uma instituição, “mais a empresa tende ao autogerenciamento, propiciando que decisões mais rápidas possam ser tomadas”.